Em 2024, os norte-americanos voltam a escolher o Presidente dos Estados Unidos da América. Donald Trump poderá vir a ser candidato pelo Partido Republicano, muito embora ainda não tenha oficializado os seus planos. O que já disse é que ainda este mês fará um “grande anúncio”. Será uma nova tentativa de chegar à Casa Branca? Talvez. Certo é que, dentro do partido, terá sempre adversários e a lista de nomes de potenciais candidatos à nomeação presidencial republicana já vai longa.
Dessa mão-cheia de nomes, quatro foram a votos nesta quarta-feira nas eleições intercalares. O caminho desses possíveis adversários de Trump foi o mesmo, mais ou menos acentuado: todos cantaram vitória no final da noite eleitoral.
1. Ron DeSantis
Eleito governador da Florida com 59,6% dos votos (4.585.887 votos)
Adversário: Charlie Crist (39,8% — 3.064.822 votos)
Há muito que se diz que DeSantis pode tentar a nomeação republicana e ser o sucessor de Joe Biden na Casa Branca. Donald Trump já disse que acha a sua candidatura uma má ideia. Apesar disso, no dia em que foi reeleito — atua como o 46.º governador da Florida desde 2019 — deixou claro que o seu caminho não chegou a um beco sem saída.
“Temos muito mais para fazer e eu só agora comecei a lutar.” Ron DeSantis, um dos nomes apontados para a corrida à nomeação presidencial do Partido Republicano, deixou nas entrelinhas do seu discurso de vitória que a Casa Branca está no seu horizonte. “Conseguimos mais do que qualquer pessoa pensava ser possível há quatro anos, mas temos muito mais para fazer e eu só agora comecei a lutar”, disse.
DeSantis fez questão de frisar que a Florida, onde foi reeleito governador, “está no caminho certo” enquanto o país “se debate devido à liderança fracassada” em Washington. “Oferecemos um raio de esperança de que dias melhores ainda estão por vir.”
No estado da Florida, uma sondagem da CNN dá conta de que 45% dos eleitores consideram que DeSantis devia ser candidato presidencial em 2024.
2. Tim Scott
Eleito senador na Carolina do Sul com 61,9% dos votos (826.513 votos)
Adversário: Krystle Matthews (38,1% — 509.166 votos)
É o único senador republicano afro-americano no Senado e foi eleito para o seu terceiro mandato consecutivo que, segundo o próprio, será o último na Carolina do Sul.
Scott, que tem demonstrado ambição de chegar à Casa Branca, derrotou a democrata Krystle Matthews por mais de 300 mil votos. No discurso de vitória recordou como levou o seu avô a votar em Barack Obama, o primeiro afro-americano a chegar à Casa Branca. “Gostava de que ele tivesse vivido o suficiente para ver outro afro-americano eleito Presidente dos Estados Unidos”, disse Scott. “Mas desta vez que seja um republicano.”
3. Greg Abbott
Eleito governador do Texas com 55,7% dos votos (3.684.098 votos)
Adversário: Beto O’Rourke (43% — 2.845.184 votos)
Não foi um oponente qualquer, foi Beto O’Rourke quem caiu na batalha do Texas, um dos adversários mais duros defrontados por Greg Abbott. O republicano conseguiu ser reeleito para o seu terceiro mandato como governador do Estado e nem as dificuldades dos últimos anos no cargo demoveram os eleitores — pandemia, apagão da rede elétrica e mudanças na lei da interrupção voluntária da gravidez.
Os dois candidatos andaram sempre taco a taco, mas no final a campanha, focada na segurança da fronteira, deu frutos e Abbott venceu, mesmo que sem uma margem tão significativa como a de outras vitórias republicanas.
4. Kristi Noem
Eleita governadora de Dakota do Sul com 63,5% dos votos (138.045 votos)
Adversário: Jamie Smith (33,8% — 73.523 votos)
Foi reeleita e sem margem para dúvidas, com quase o dobro dos votos do candidato democrata. Kristi Noem segue assim para o seu segundo mandato como governadora do estado do Dakota do Sul. “Nos últimos anos construímos algo especial e foi graças às pessoas daqui”, disse no seu discurso de vitória. Durante a campanha, e tal como outros candidatos republicanos, tentou colar ao máximo Jamie Smith ao Presidente Joe Biden, que considera um liberal extremista.
Outro argumento usado na campanha foi o crescimento económico do estado, algo que justificou com a sua abordagem mais relaxada à pandemia de Covid-19, “encontrando uma oportunidade numa crise muito difícil”.