Grandes objetivos conquistam-se com inteligência. Esta é a história de um homem que, aos 52 anos, enfrentou a exigentíssima prova desportiva Full Ironman (3,8Kms- natação /180Kms Bicicleta / 42,2Kms corrida). Preparou-se com todo o respeito pelo seu corpo e mente e chegou ao fim cheio de saúde. Saiba como conseguiu.

Chama-se José Neves e, até aos 42 anos, fez desporto apenas para manter a forma. Foi nessa altura, há 10 anos, que começou a dedicar-se à corrida. “Logo que comecei, senti que me dava um bem-estar diferente do habitual. Por isso, nunca mais parei”, recorda.

Cerca de 8 anos depois, soube que um velho conhecido havia participado no Ironman. Era alguém com pouca aptidão para uma prova daquelas, mas tinha conseguido. Uma vez… e outra… e outra. José sentiu-se desafiado e quis, também, ele, fazer a experiência. Quando contou a um dos seus melhores amigos que se ia inscrever no Ironman, ouviu uma gargalhada. “Ele riu como se tivesse ouvido uma boa anedota”, conta José Neves, também a rir.

Teresa Branco_Iron Man

Avaliação do metabolismo através de gases expirados

Do quase zero ao Ironman

O certo é que, em Outubro de 2021 José estava a completar o seu primeiro Ironman e a ver aquele amigo inicialmente desacreditado, a aplaudi-lo quando chegou à meta. Conseguiu! No entanto, sentiu claramente que aquela exigência física era demasiada. O respeito que tem pelo seu corpo, a noção clara que todos devemos cuidar bem de nós próprios e da nossa saúde não o fizeram desistir de repetir a proeza. Iria participar pelo menos mais uma vez, mas queria fazê-lo muia dieta para se atingirem os resultadosm preparado. A primeira necessidade era perder alguns quilos. José explica que, “embora estivesse longe de ter excesso de peso, em 14 horas de prova, 5 ou 10 kg fazem muita diferença”. E dá-nos um exemplo muito prático: “já imaginou o que é subir a serra de Sintra com dois garrafões de 5 litros nas costas? Ou correr a maratona com um garrafão de 5 litros em cada mão? Sabendo que perder peso não pode ser apenas descer uns algarismos na balança, sobretudo quando o objetivo é chegar à meta do Ironman, José procurou a TO BE. Clínica by Teresa Branco. E começa aqui uma parceria muito importante para a realização de José Neves.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Superação não é tudo

Teresa Branco é fisiologista e especialista em gestão do peso, doutorada em Saúde e Condição Física no Âmbito da Gestão do Peso e Mestre em Exercício e Saúde. Na sua Clínica, criou um método que lhe permite ajudar os seus clientes a conquistarem objetivos — mais fáceis ou mais difíceis— de uma forma segura, equilibrada e saudável. “A superação pode ser algo perigoso. Porque cumprir um objetivo desportivo e perder saúde, como acontece muitas vezes em provas como o Ironman, não é verdadeira superação. Quem se quer superar, deve superar-se no seu melhor e, para isso, é preciso criar condições. Foi isso que o José percebeu que devia fazer”.

Um trabalho de equipa

José Neves fez a 1ª consulta cerca de 6 meses antes do Ironman Cascais 2022. Na primeira consulta, Teresa Branco começou por fazer um estudo profundo do seu corpo, começando por aferir o índice de inflamação do organismo de José. Isto é feito através de análises clínicas específicas e exclusivas da TO BE. Clínica by Teresa Branco, que incluem parâmetros como, homocisteína, resistência à insulina, fibrinogénio, colesterol, entre outros. Sendo um desportista, José Neves tinha um índice de inflamação ligeiro, embora com algumas necessidades de correção. Foram feitas também avaliações da composição corporal através de Bioimpedância – permitindo medir a massa gorda, massa isenta de gordura e a quantidade de água dentro e fora das células, entre outros parâmetros — e ainda um sofisticado teste de metabolismo, que revelou quantas calorias o José despende diariamente, em repouso ou em atividade, e mostra qual é a fonte de energia que o seu corpo utiliza preferencialmente em determinados contextos.

Com base nos resultados, a equipa de Teresa Branco definiu os suplementos de vitaminas, proteínas e minerais (manipulados na clínica) e delineou um plano alimentar cujo objetivo principal foi assegurar ao José os nutrientes e a energia necessários para um bom desempenho desportivo (treinos de cerca de duas horas e meia por dia) e, ao mesmo tempo, perder 10 kg de forma equilibrada e saudável, ou seja, com perda de massa gorda e preservação da massa muscular.

Teresa Branco_Iron Man

Avaliação da composição corporal e do metabolismo através de gases expirados

Entre Portugal e Angola

O plano alimentar, ou nutricional, criado para o José Neves representou um exercício acrescido— e muito gratificante, segundo a própria Teresa Branco –, pois José Neves vive entre Estoril e Cabinda. Foi preciso ajustar ingredientes e considerar a existência (ou não) de certos alimentos em África, bem como as condições climatéricas, sobretudo em termos de hidratação. Em Angola, para dar apenas um exemplo, a pesquisa da equipa de Teresa Branco levou José Neves a comer funge, uma espécie de puré feito com farinha de mandioca, típico de Angola, que substituía outros alimentos, nem sempre disponíveis em Cabinda. E aumentar a ingestão de água com alguns eletrólitos durante os treinos. “Em Cabinda, perco facilmente 2 kg durante um treino de 2h se não beber água. Aqui em Portugal a perda é menor”, diz José. E conta que, desde logo, gostou da forma como a fisiologista propôs a sua atuação. “A Teresa e a sua equipa têm uma abordagem muito flexível. Nunca diz ‘tens que tomar isto, ou comer aquilo’. Antes sugerem ‘sentem, provam e vêm o resultado’. Além disso, como a Teresa também é desportista, percebe exatamente a minha mensagem, os meus objetivos e os desafios a que me proponho. Falamos a mesma linguagem, o que facilita muito o trabalho e, claro, converte-se em resultado”, diz José Neves.

Treinos, comida e hidratação

José Neves treina segundo uma planilha mensal enviada pelo seu treinador Nuno Rijo e tem uma maneira muito própria de lidar com o esforço. “Gosto de habituar o corpo a uma certa dificuldade, para que ele tente sempre chegar mais além. Quando cheguei ao fim do Ironman, dei um salto em altura de quase meio metro feliz e contente, porque estava fresco, estava bem. ”É desta maneira simples que o trabalho da Teresa Branco brilha mais. Porque, numa prova como esta, raramente os desportistas amadores chegam ao fim com tanta disposição e, por regra, até perdem saúde com o esforço despendido.

Teresa Branco_Iron Man

Ao avaliar com tanto pormenor as condições físicas do desportista, a equipa de Teresa Branco pode personalizar o seu plano de nutrição e estudar a fundo o comportamento do seu organismo a cada refeição. Catorze dias antes da prova, incluindo o dia da prova, Teresa colocou no braço de José um sensor de glicose que, ligado a uma aplicação, mostrava a reação de José aos alimentos. Ajustava assim, o plano alimentar para que os nutrientes fossem melhor absorvidos e potenciassem a performance sem nunca esquecer a saúde.

Durante a prova, José foi colmatando as necessidades do seu corpo. Durante os 3,8 km de natação, não é possível alimentar-se. José tomou apenas um café e um gel energético antes de entrar na água.

Leitura dos valores de glicose através da aplicação

Teresa Branco_Iron Man

Colocação do sensor da glicose

Registo do açúcar no sangue avaliado através do sensor de glicose

A sua bicicleta tem 4 recipientes, onde José levou água com sais minerais, água com proteína, água sem nada adicionado e, por fim, água com hidratos de carbono. Leva ainda uma bolsa com várias saquetas de geis energéticos e, num bolso próprio nas costas da t-shirt, leva bananas, marmelada e outros suplementos ricos em hidratos de carbono selecionados especificamente para o organismo do José. Alimentava-se a cada 20 ou 25 minutos, conforme se ia sentindo e de acordo com a monitorização feita pelo sensor da glicose. Na maratona, José leva um cinto no qual guarda as barras energéticas, os geis e, ainda, quadrados de marmelada e outros alimentos sólidos ricos em hidratos de carbono.

A ideia é manter os níveis de açúcar altos, condição fundamental para uma boa performance e para que a cabeça não faça perguntas indesejadas, como “o que é que estás aqui a fazer?”. Acontece a todos os desportistas (e não só), quando o corpo está em esforço e o cérebro procura defendê-lo.

Chegou ao fim, e agora?

“Poder, durante a prova, visualizar a minha família e amigos na meta à minha espera foi um grande incentivo”, conta José, para explicar que a força mental é decisiva face a um desafio de 14 horas em que o físico tem de dar tudo por tudo se quiser chegar à meta. Era este o objetivo de José: ir até ao fim. Mas José queria mais do que isso: “Eu conseguiria fazer esta prova em menos hora e meia do tempo que fiz, mas não me queria rebentar, por assim dizer. Tenho 52 anos, no dia seguinte à prova o trabalho esperava-me, tenho funcionários e uma responsabilidade social nas empresas que administro em Portugal e em Angola”. Teresa Branco alerta para o facto de a maioria das pessoas que fazem provas como o Ironman chegarem ao fim com o organismo profundamente desgastado, o que tem consequências graves para a saúde a todos os níveis “Por isso digo que a superação é perigosa. A força mental poderá levar uma pessoa até à meta, mas o corpo paga um preço muito alto quando falta uma preparação adequada”. Assim, tendo José feito a prova num sábado, na segunda-feira seguinte estava na clínica para avaliar até que ponto o desgaste natural da prova o tinha afetado.

Os resultados comprovaram que, preparar-se a nível físico e nutricional, havia sido a decisão mais inteligente deste desportista amador de 52 anos que quer chegar à meta com saúde”: Os gráficos deste artigo mostram que o seu metabolismo estava mais elevado após a prova do que 3 semanas antes. O metabolismo é avaliado por gases expirados, através do oxigénio consumido e do dióxido de carbono produzido, sendo possível determinar o número de calorias despendido diariamente com o objetivo de adequar a dieta para se atingirem os resultados.

Teresa Branco_Iron Man Grafico 3
Avaliação do metabolismo 3 semanas antes da prova
Teresa Branco_Iron Man Grafico 4
Avaliação do metabolismo depois da prova

Curiosamente e através da realização dos testes de composição corporal foi observado que a sua massa isenta de gordura tinha aumentado e a massa gorda diminuído, bem como a água corporal total. Estes resultados não eram expectáveis tendo em conta a exigência da prova e comprovam a importância de um acompanhamento técnico especializado na área da fisiologia do exercício e nutrição. A melhoria destes parâmetros, também são justificados pelo facto de os testes terem sido realizados apenas 36h após a realização da prova, tendo sido influenciados pelo impacto que o exercício tem no organismo. Ou seja, a prova não afetou a saúde do José. Teresa Branco nota que José tem uma constituição física e um foco favoráveis, mas também afirma que, com os meios que hoje existem, ninguém tem de ser refém da sua genética, pois tudo pode ser compensado. O facto é que, depois de nadar 3,8 km de natação, pedalar 180 km e correr uma Maratona, uma pessoa só não perde saúde se tiver tido um cuidado rigoroso e muito profissional durante os meses anteriores.

Teresa Branco_Iron Man

E a vida continua

Desengane-se quem pensa que, com uma realização destas, José Neves vai abrandar o seu ritmo de treinos. Neste momento, está a equacionar a sua participação numa prova realizada na Noruega que envolve nadar em águas geladas, pedalar em florestas montanhosas e correr em exigentes percursos de trail que não conhece. Certamente, com o apoio nutricional da TO BE. Clínica by Teresa Branco e sempre com todo o respeito por quem é, pelo seu corpo e pela sua vida de companheiro, pai e empresário. “Vamos começar agora uma etapa que raramente os desportistas amadores fazem e que é o restabelecimento do organismo do José. Porque mesmo tendo chegado ao fim do Ironman com mais saúde, há parâmetros a avaliar e, sobretudo, a cuidar”, explica Teresa Branco.

Teresa Branco_Iron Man

Um recado de felicidade

José conta que esta sua realização é de facto enorme, e chega a ser espiritual: “Nesta fase pós-prova eu corro literalmente a voar, a saborear os rostos da minha mulher e dos meus filhos quando me viram chegar à meta, a lembrar as dezenas de mensagens dos meus amigos, tudo isto é muito grande e reconfortante.  Devo ainda acrescentar que as duas horas diárias de desporto que faço logo pela madrugada junto ao mar é tempo que estou a dedicar ao meu ser, à minha pessoa. Equaciono as vertentes da vida onde posso melhorar, os erros cometidos que não deverei voltar a repetir. É o período onde nascem insights transformadores e decisões de vida que vou tendo”.

“O desporto funciona também como uma medicina preventiva, pois trata-me do corpo físico, organiza-me as emoções, incute-me espiritualidade e equilibra as energias. Mentalmente deixa-me com uma enorme vontade de fazer acontecer, de realizar e atingir as diversas metas a que me proponho. Oferece-me um bem-estar que é transversal a todos os campos da minha vida. A doença não tem entrado neste corpo nos últimos anos, e em grande parte se deve ao desporto e uma correta nutrição, não tenho poeira de dúvida sobre esse facto”

“Cuidar de nós faz toda a diferença, é algo que eu gosto sempre de frisar. Gostava de poder dizer isto a toda a gente, sejam ou não desportistas. Temos de saber cuidar de nós. Deixo aqui esta mensagem em forma de recado. Por último deixe-me confessar-lhe que a música tem um papel fundamental na minha rotina desportiva, treino sempre com música, é o meu boost mental”. Que Teresa Branco compreende bem e por isso refere que, cada vez mais, com os avanços da investigação em saúde, se compreende a importância da medicina antiaging. “Não aprecio particularmente este termo, mas é o que se usa. Na verdade, é uma medicina de proteção, que corrige os desiquilíbrios naturais do avançar da idade, em homens e mulheres. É um cuidado que permite manter a saúde e, consequentemente, a felicidade. Porque quando se tem dores é mais difícil ser feliz”.