A agência de rating Moody’s está preocupada com os “atrasos” na execução portuguesa do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o programa de investimentos à escala europeia lançado no auge da pandemia de Covid-19. A agência emitiu uma “opinião de crédito” onde, apesar de não mexer na notação de crédito de Portugal, avisa que um “risco negativo” para o rating está relacionado com o grau de execução do PRR.
“A execução do PRR tem sofrido alguns atrasos neste ano”, diz a Moody’s, salientando que “o atraso parece estar relacionado com o trabalho de criação das instituições que vão gerir o plano”, além de haver, também, problemas relacionados com as dificuldades nas cadeias de abastecimento globais e limitações de mão-de-obra no setor da construção.
A Moody’s tinha agendado para a última sexta-feira uma possível mexida no rating português, um agendamento feito nos termos das regras europeias. Mas acabou por não aproveitar essa oportunidade e, alguns dias depois, emite uma “opinião de crédito” que faz um retrato das perspetivas atuais da economia portuguesa.
Apessar de não mexer no rating, a Moody’s avisa que um dos “riscos negativos” para a notação de crédito de Portugal é o risco de “se concluir que os fundos da UE não produziram o resultado esperado de dinamização do crescimento”, o que não é alheio à capacidade das “autoridades [o Governo] de avançar com reformas estruturais que aumentem o potencial de crescimento da economia” portuguesa.