O selecionador de futebol do Gana, o ex-futebolista Otto Addo, rejeitou, este domingo, qualquer pressão no Mundial2022 do Qatar, referindo que a verdadeira pressão está no dia-a-dia, em como ter para comer. “Não há pressão. É um privilégio estar aqui sentado e ser selecionador do Gana. Isso não é pressão. Pressão é pensar em ter o que comer no dia seguinte. É uma pressão diferente. Já demonstrámos que podemos competir de igual para igual, sem termos jogadores com tanta experiência. Esperamos fazer um bom jogo”, disse Otto Addo, na antevisão do jogo de segunda-feira com a Coreia do Sul.
O Gana integra o grupo de Portugal no Mundial2022, com quem perdeu na estreia, por 3-2, e defronta na segunda jornada a Coreia do Sul, de Paulo Bento, enquanto os lusos jogam diante do Uruguai, que empatou no primeiro jogo a 0-0 com os sul-coreanos.
Na antevisão da segunda jornada do grupo H, o técnico ganês quis relativizar a importância das coisas, mesmo no que diz respeito à juventude da sua equipa, a mais jovem da competição, com uma média de idades de 24 anos. “Não tem a ver com jogadores mais ou menos jovens. Tem a ver com jogadores bons ou menos bons. Todos querem jogar, fazer um bom jogo e demonstrar as suas responsabilidades. Sei que há críticas porque cometemos erros. Temos de nos concentrar em corrigir os aspetos negativos e fazer um bom jogo“, justificou.
Addo evitou voltar a comentar o lance da grande penalidade sofrida com Portugal, quando se queixou, a seguir ao jogo, que “não foi” e questionou se a mesma foi marcada por se tratar de Cristiano Ronaldo. Desta vez, o selecionador ganês lembrou que não foi castigado pela FIFA, mas justificou que, após a derrota, tinha “as emoções à flor da pele” e retratou-se. “Quero aproveitar este momento para pedir desculpa. Não quis ser deselegante, mas estava muito transtornado e emotivo nesse dia”, disse aos jornalistas.
A conferência serviu, no entanto, para o treinador perguntar a razão pela qual a FIFA só atribui cinco vagas para o Mundial às seleções daquele continente, lembrando que são 55 países que merecem mais lugares. “Nunca na história da FIFA fomos iguais. Cinco vagas… se tivéssemos 12 vagas como a Europa, a probabilidade de chegarmos mais longe seria maior. É a minha opinião, é injusto”, sublinhou o treinador.
A situação do grupo H, que Portugal lidera com três pontos, mantém-se em aberto à entrada para a segunda jornada, ainda com possibilidades de apuramento para todos. “Há muito a melhorar. O mais importante para nós não é quem é a nossa estrela, o mais importante é passar à fase seguinte. Essa é a nossa prioridade. O que se passou com Portugal é passado, a nossa atenção está na Coreia do Sul”, acrescentou.