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"Foi uma honra e um privilégio". Carlos Queiroz diz adeus à seleção do Irão

Este artigo tem mais de 1 ano

Treinador português anunciou saída do comando técnico da seleção persa, que representou em três Mundiais diferentes. No fim, uma mensagem especial para os jogadores.

epa10334024 Iran national team head coach Carlos Queiroz arrives for a press conference at the Qatar National Convention Center (QNCC) in Doha, Qatar, 28 November 2022.  EPA/GEORGI LICOVSKI
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GEORGI LICOVSKI/EPA

GEORGI LICOVSKI/EPA

Horas depois da derrota que decretou o afastamento do Irão do Campeonato do Mundo do Qatar, Carlos Queiroz anunciou, esta quarta-feira, a sua saída do cargo de selecionador da seleção persa. Numa mensagem nas redes sociais, o treinador deixou elogios aos seus atletas – sob pressão acrescida nesta competição devido aos protestos contra o regime de Teerão que têm invadido as ruas iranianas- e garantiu que os anos passados à frente da equipa foram uma “honra e privilégio”.

“Rapazes e queridos amigos, no futebol não há vitórias morais. Mas também não é imoral quando não alcanças os teus sonhos desde que tenhas dado o teu melhor com vontade total e corajosa mentalidade vencedora. Estou orgulhoso de vocês, foram mais uma vez brilhantes dentro e fora do campo”, escreveu Queiroz, acrescentado ter sido “uma honra e um privilégio fazer parte” da família futebolística iraniana.

“Acredito que merecem todo o respeito, oferecendo credibilidade ao vosso país e aos adeptos de futebol. Desejo-vos toda a felicidade, paz, sucesso e saúde. Obrigado”, finaliza o treinador português.

Carlos Queiroz, de 69 anos, voltou a assumir em Setembro passado o cargo de selecionador do Irão, para orientar a equipa asiática na fase final do Mundial 2022, sucedendo ao croata Dragan Skocic. No Qatar, Queiroz, que foi uma promessa eleitoral de Mehdi Taj, o novo presidente da Federação Iraniana de Futebol, orientou pela terceira vez a seleção do país em fases finais de Mundiais, depois de já o ter feito na Rússia, em 2018, e no Brasil, em 2014.

Apesar de nunca ter conseguido passar aos oitavos de final da competição, o treinador deixou a sua marca: conquistou um ponto em 2014, quatro pontos na Rússia em 2018 e três pontos na prova do Qatar.

No Qatar, a selecção orientada por Carlos Queiroz foi protagonista de alguns dos momentos mais intensos do torneio, nomeadamente no primeiro jogo, antes do qual os futebolistas iranianos não cantaram o hino, como forma de apoio às vítimas das manifestações contra o governo daquele país.

Klinsmann acusou Irão de “trabalhar” árbitros e disse que Queiroz encaixa bem nessa cultura. Técnico português chamou-lhe “preconceituoso”

Após o jogo com o País de Gales, a Federação Iraniana de Futebol queixou-se à FIFA das declarações do antigo futebolista alemão Juergen Klinsmann, considerando que as mesmas são lesivas do país, e pediu a sua demissão do grupo de estudos técnicos. “Disse que no jogo Irão-País de Gales os jogadores ‘trabalharam’ o árbitro. Que isso não foi uma casualidade e que faz parte da cultura, da sua forma de jogar”, refere o Irão, justificando que Klinsmann quis dizer que os jogadores pressionaram o árbitro. Já Queiroz acusou o antigo internacional alemão de preconceito.

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