A Suíça foi uma das grandes surpresas do último Europeu, chegando até aos quartos de final depois de eliminar França nos oitavos e caindo com Espanha apenas na decisão por grandes penalidades. A disputar o quinto Mundial consecutivo, a seleção suíça vai à procura de igualar os já longínquos melhores resultados de sempre — as chegadas aos quartos de final em 1934, 1938 e 1954. Pelo meio, cruza com Portugal já nos oitavos de final, na próxima terça-feira.

Suíça (Grupo G). O primo de Manuel Fernandes, o ex-melhor marcador da Liga e um selecionador a começar a voar

Murat Yakin chegou ao comando da Suíça há pouco mais de um ano, em agosto de 2021, depois de Vladimir Petkovic ter deixado o cargo para rumar ao Bordéus na sequência da boa prestação no Euro 2020. Antigo internacional suíço, representou clubes como o Estugarda e o Basileia e surge enquanto selecionador nacional numa altura em que a equipa procura renovar-se e assumir-se como uma seleção a ter em conta dentro do universo europeu.

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Xhaka é a referência natural da Suíça, até pelo início de temporada muito positivo que está a realizar no Arsenal, mas Shaqiri, Embolo e Seferovic acrescentam uma qualidade e um poder ofensivo que se tornam inegáveis. Pelo meio, os jovens Denis Zakaria, Manuel Akanji e Noah Okafor são a lufada de ar fresco que há muito se exigia na seleção suíça.

No Qatar, num Grupo G que tinha o Brasil como favorito crónico e a Sérvia como principal candidata à segunda vaga de apuramento, a Suíça venceu os Camarões na jornada inaugural (1-0), perdeu com os brasileiros (1-0) e derrotou os sérvios (2-3) para nem ter de recorrer à calculadora. Perante os suíços, a Seleção Nacional reencontra um adversário que enfrentou recentemente e com quem não tem grandes memórias: na última fase de grupos da Liga das Nações, depois de ter goleado a Suíça em Alvalade, Portugal foi a Genebra perder e comprometer logo aí um apuramento para a final four que acabou mesmo por deixar escapar.

A grande ligação portuguesa à Suíça, porém, passa por um jogador. Filho de pais cabo-verdianos e com ascendência portuguesa, Edimilson Fernandes nasceu em Sion nos anos 90 e nunca representou outra seleção que não a Suíça. Andou pelo West Ham, pela Fiorentina e pelo Arminia Bielefeld, estando agora emprestado pelo Mainz ao Young Boys, e vai marcar presença na segunda grande competição internacional depois de já ter estado no Euro 2020. Médio, com 1,90 metros, é primo de Gelson Fernandes, que jogou no Sporting e também foi internacional suíço, e de Manuel Fernandes, antigo internacional português que representou o Benfica. Pelo meio, é impossível não recordar Seferovic, avançado que está emprestado pelos encarnados ao Galatasaray e que já foi o melhor marcador da Primeira Liga.