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"Willow": a receita certa no mercado da nostalgia

Este artigo tem mais de 1 ano

A sequela do filme homónimo de Ron Howard de 1989 sabe contar uma boa aventura no universo do fantástico. “Willow” cumpre onde outras falharam. Os dois primeiros episódios já estão nos Disney+.

Warwick Davis volta a ser Willow, o mesmo papel que desempenhou no filme original de 1988
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Warwick Davis volta a ser Willow, o mesmo papel que desempenhou no filme original de 1988

Warwick Davis volta a ser Willow, o mesmo papel que desempenhou no filme original de 1988

Há uns meses, uma série de animação da Prime Video revelou-se como um inesperado sucesso. “The Legend of Vox Machina” adapta um muito popular programa na internet que junta uma série de atores de voz que jogam “Dungeons & Dragons”. O sucesso seria esperado, portanto, o que é inesperado é como agarrou um público que desconhecia a Critical Role – o grupo responsável por tudo isto – através de um boa história de aventuras. O segredo de muitas delas? O grupo que as protagoniza. Neste caso, são oito heróis improváveis, ligados pela sobrevivência e por biscates místicos. Isto para chegar ao oito: oito é o mesmo número dos protagonistas de “Willow”, a série que continua o filme de 1989 de Ron Howard, protagonizado então por Warwick Davis, Val Kilmer e Joanne Whalley.

É uma das grandes apostas do Disney+ para a reta final do ano. Uma daquelas propostas que combinam com a época — afinal, o mundo do “Willow” original é um mundo de magia, de forças malévolas com desejos de poderes inimagináveis e heróis improváveis. A série de oito episódios (nesta semana estreiam-se dois, depois chegarão a um ritmo semanal) é uma sequela direta do filme, mais de trinta anos depois. E traz um bom tom de aventuras que faz falta, muitas vezes omitido pelo desejo do épico – como aconteceu com “Os Anéis do Poder”. Por outras palavras e, salvas as devidas distâncias, “Willow”, a série, tem aquilo que “O Senhor dos Anéis”, a série, não tem: divertimento.

[o trailer de “Willow”:]

Voltar a “Willow”, após três décadas, é um puro exercício de nostalgia, o regresso a uma infância que ficou para trás. Contudo, tornar a série numa sequela é um golpe de mestre. Warwick Davis, que foi um Ewok antes de ser Willow, responde ao porquê deste regresso, durante uma sessão de perguntas e respostas à imprensa: “O filme original conquistou as pessoas. E desde então que sou abordado sobre a vontade do público querer uma sequela. Isto vinha de pessoas de diferentes idades, que cresceram com o filme, que o adoravam. Isso foi o catalisador. Penso que as pessoas se identificam com as personagens, com os temas, seja qual for a cultura, ou religião. Os temas são universais. Além disso, a minha personagem é o herói improvável, alguém que fez coisas inacreditáveis contra todas as possibilidades.”

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Willow tem carácter de personagem inesquecível. Nos primeiros dois episódios há um esforço de reanimar esse mito, de criar uma espécie de hype à volta da figura, para aumentar o desejo dos fãs do filme e de criar uma aura à volta da personagem para quem está a chegar a ele pela primeira vez. Porque se é inesquecível para quem conhece a obra original, também é pouco credível para quem o desconhece: um anão com poderes mágicos, ao alcance de poucos, e que fala num constante tom de ingenuidade, falta de jeito e descrédito. É fácil assumi-lo como um trapaceiro. Contra todas as expectativas, não o é.

Ele é o líder do bando. Do bando que vai salvar o mundo, quando um dos filhos de Sorsha (Joanne Whalley) é raptado por forças malévolas que invadem Tir Asleen – um dos reinos deste universo – no primeiro episódio. O filho, Airk (Dempsey Bryk), é o irmão gémeo de Kit (Ruby Cruz), que está prestes a casar por diplomacia, para assegurar paz no mundo. Graydon (Tony Revolori), o indesejado noivo, que se junta à aventura para provar ao seu pai que é mais do que o cobarde que aparenta ser. Ainda há Jade (Erin Kellyman), melhor amiga de Kit, que quer ser uma cavaleira; Dove (Ellie Bamber), uma cozinheira que se infiltra no grupo porque tem um fraquinho por Airk (e quer ir salvar o seu amado); e Boorman (Amar Chadha-Patel), um talentoso guerreiro e criminoso, a quem é concedida liberdade para ir salvar o filho da rainha. Estes oito são o centro da história, os últimos seis o bando incompatível que terá de convencer o espectador das suas capacidades.

“Willow” tem a mira em quem não esqueceu o filme de 1989. Se alguém vier por arrasto, melhor ainda

Jon Kasdan, produtor-executivo e argumentista da série, assumiu: “A minha responsabilidade era criar um conjunto de personagens excitantes e que poderiam ser interessantes ao longo de oito horas. Penso que fui capaz de criar um ambiente para elas em que se podem sentir livres e capazes de fazer o seu melhor”. Atualmente com pouco mais de quarenta anos, ainda se lembra de quando viu o filme pela primeira vez: “Tinha oito anos. É poderoso ver um herói que é pequeno quando também somos pequenos, porque vivemos num mundo de pessoas grandes. É esse o génio desta criação e da performance do Warwick: ele na altura tinha 17 anos e conseguia tornar credível tudo à sua volta, incluindo ser pai de duas crianças.”

Warwick/Willow era de facto o coração de “Willow”. Na série tem de partilhar o palco com um grupo de personagens que se terão de manifestar como heróis numa aventura de vida ou morte. Uma ideia bem expressa no primeiro episódio, “Willow” tem apontamentos de humor, de série bem-disposta, colorida, mas não esquece que a violência e as trevas existem naquele universo. Quando tem de ser violenta, surpreende como corresponde, abdicando de cedências para um público mais jovem (que poderia facilmente conquistar). “Willow” tem a mira em quem não esqueceu o filme de 1989. Se alguém vier por arrasto, melhor ainda. Uma coisa é certa, 2022 tem sido um bom ano para encontrar boas histórias de aventuras nos sítios mais improváveis. Quem diria que “Willow” voltaria a ser relevante.

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