Nos últimos dias, os tempos de espera nas várias unidades hospitalares têm ultrapassado todas as recomendações do SNS para os vários tipos de urgência. Com o encerramento de algumas unidades, os principais hospitais do país ficaram com as salas de espera lotadas e os doentes viram-se forçados a esperar em alguns casos mais de 10 horas antes de serem vistos pelos médicos de serviço.
Com oscilações e a informação a ser atualizada no portal do Serviço Nacional de Saúde, com os tempos médios, o Observador fez uma recolha de informação na manhã e tarde desta terça-feira, para lhe dar um panorama geral da situação de norte a sul do país, percorrendo os 18 distritos.
Quem está em Lisboa e precisa de se dirigir às urgências hospitalares, caso seja considerado um doente urgente na triagem, sendo-lhe atribuída uma pulseira amarela, na tarde desta terça-feira tinha que esperar em média mais de duas horas para ser visto por um médico. No São José, o tempo de espera médio era de 1 hora e 15 minutos. E, no Amadora Sintra, era de 3 horas e 2 minutos. Enquanto no de Santa Maria chegava às 6 horas e 14 minutos.
A norte, no Porto, os tempos eram consideravelmente menores. Para os doentes urgentes, de pulseira amarela, o tempo médio de espera rondava os 50 minutos antes de serem vistos por um médico. Ou seja, os tempos estavam dentro da hora recomendada para os casos urgentes.
Já em Évora, o tempo médio era superior ao recomendado, com uma espera média de 1 hora e 20 minutos.
Antes de se dirigir àr urgências hospitalares mais próximas da residência habitual, os responsáveis apelam a que sejam usados os centros de saúde e que quem está doente opte em primeiro lugar por contactar a linha de saúde SNS24, para que os profissionais de saúde possam fazer a triagem e encaminhar os doentes para os sítios mais indicados.
O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, reconheceu que os doentes não estão a ser atendidos “com a prontidão que seria desejada”, mas negou um “cenário de caos nas urgências nacionais”.
Ministro da Saúde nega cenário de caos nas urgências: “Há um cenário de dificuldades”
O ministro aproveitou ainda para, na segunda-feira, repetir a necessidade de reservar os serviços de urgência apenas para os casos urgentes e para que os restantes doentes entrem em contacto com o SNS 24 que fará o encaminhamento para o local mais indicado.