O presidente da Câmara de Lisboa descreveu a madrugada desta terça-feira como “difícil e muito complicada” por conta do mau tempo. Carlos Moedas disse que chegou a chover 30 milímetros numa hora, o que equivale a 30 litros de água por metro quadrado. Esta situação meteorológica é “rara” e pode ser comparada ao que aconteceu na semana passada, em que chegou a chover 40 milímetros numa hora. “São eventos que nunca ocorreram com esta frequência, de semana a semana, é preocupante.”

Em declarações à Rádio Observador desde o centro de controlo de Monsanto, Carlos Moedas garantiu que, durante a madrugada, “todos os serviços estiveram a ajudar”. “Todos os meios estão na rua, tanto os bombeiros sapadores, como a polícia municipal”, sublinhou o autarca, assegurando que as “pessoas podem sentir-se protegidas”: “Está tudo na rua”.

Carlos Moedas. “Evitem vir para Lisboa, situação vai ser caótica”

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Durante a madrugada, houve o registo de um ferido, no Calvário, em Alcântara, “numa situação de hipotermia”, adiantou Carlos Moedas, acrescentando que foi prestada assistência de forma imediata.

Num apelo à população, Carlos Moedas pediu a que tente entrar na capital. “Se puderem voltar para trás era um serviço que prestavam a todos. Vai ser caótico. Se não tiver nenhuma urgência, neste momento é muito importante não entrar em Lisboa, especialmente porque os bombeiros têm de se deslocar de um lado para o outro.”

Sobre as escolas, Carlos Moedas referiu que contactou a secretária de Estado da Administração Interna, Patrícia Gaspar, e indicou que não foi dada a “ordem para o fecho total das escolas”. No entanto, o autarca ressalvou que, caso os pais vivam longe da escolas dos filhos, não os devem levar, existindo “flexibilidade” no que diz respeito à justificação das faltas. “Faz parte da situação relacionada com o mau tempo”, sublinhou.

Lisboa registou 250 ocorrências

Carlos Moedas deu conta de que, em Lisboa durante a madrugada, a Proteção Civil registou cerca de 250 ocorrências por causa do mau tempo desta terça-feira, números comparáveis com o sucedido na semana passada.

“Não tenho os números do IPMA, mas realmente pode ter acontecido esse evento meteorológico muito raro e muito pouco frequente”, afirmou o presidente da Câmara de Lisboa, que relacionou a chuva intensa com as “alterações climáticas”. “É necessário mudar estruturalmente e vamos construir túneis [de drenagem] a partir de março. Mas isso não resolve os problemas de hoje”, concluiu o autarca.

Para as próximas horas, Carlos Moedas espera um desagravamento do estado do tempo, principalmente “a partir do meio-dia, uma da tarde”.

Moedas diz que recebeu aviso do IPMA e que situação pode complicar-se em Lisboa a partir das 13h00

O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, disse, em declarações à RTP, que recebeu um aviso do IPMA, que dá conta de que pode chegar mais “chuva a partir da uma da tarde” à capital, devido ao efeito de uma “célula convectiva”.

O autarca pede, por isso, que as pessoas evitem sair de casa.