A mãe da menina morta em junho em Setúbal ficou esta sexta-feira em prisão preventiva, indiciada por homicídio qualificado por omissão, anunciou o tribunal local.

A medida de coação foi indicada pelo juiz presidente da Comarca de Setúbal, António Fialho, que leu uma nota no tribunal aos jornalistas.

O outro suspeito detido também na quinta-feira – filho do casal já detido em junho – saiu do tribunal em liberdade e obrigado a apresentações semanais no posto de polícia da área de residência, indiciado por tráfico de estupefacientes e ofensa à integridade física.

A Polícia Judiciária (PJ) anunciou na quinta-feira em comunicado a detenção de “duas pessoas suspeitas de estarem relacionadas com a morte de uma criança de 03 anos de idade, ocorrida no passado mês de junho, na cidade de Setúbal, quando se encontrava aos cuidados da sua suposta ‘ama'”.

PJ detém mãe de menina morta em Setúbal. Suspeita-se que por detrás da morte da Jéssica esteja uma dívida por tráfico de droga

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Pouco depois, fonte da PJ de Setúbal especificou que os detidos eram a mãe da criança e um homem de 28 anos. A mãe de Jéssica, Inês Tomás, de 37 anos, e o padrasto tinham sido ouvidos pela Polícia Judiciária após a morte da menina, mas ficaram ambos em liberdade.

Os três primeiros detidos deste processo ficaram em junho em prisão preventiva: uma mulher de 52 anos a quem a mãe da criança devia dinheiro, inicialmente identificada como ama, o seu marido, com 58 anos, e a filha, de 27.

Os três foram detidos pela PJ por suspeita de homicídio qualificado, rapto, extorsão e ofensas à integridade física.

Suspeitos da morte de Jéssica ficam em prisão preventiva

A morte da menina ocorreu depois de a mãe ter ido buscá-la a casa da suposta ama.

De acordo com a mãe, a filha esteve cinco dias ao cuidado da mulher e tinha sinais evidentes de maus-tratos, como hematomas, pelo que foi chamada a emergência médica.

A criança foi assistida na casa da mãe e transportada ao Hospital de São Bernardo, onde foi sujeita a manobras de reanimação, mas não sobreviveu aos ferimentos.

O coordenador da PJ de Setúbal, João Bugia, referiu na altura que a mãe foi enganada e levada a entregar a filha por conta de uma dívida de 400 euros que tinha para com a suspeita.

Nos cinco dias em que permaneceu na casa dos detidos, a criança terá sofrido maus-tratos severos.