Um campeonato do mundo cheio de pontapés de penáltis, e sem contar os jogos que tiveram de se resolver pela marcação de grandes penalidades após 120 minutos (prolongamento). Foi mesmo um pontapé de penálti que inaugurou os golos neste Mundial. Enner Valencia, do Equador, foi o primeiro a marcar a partir da marca de 11 metros. No total do campeonato foram marcados 23 penáltis, 17 dos quais foram convertidos. Além de ter havido cinco jogos decididos por penáltis, incluindo a final.
E no jogo da final o marcador foi igualmente inaugurado por um penálti, concretizado por Messi. Só a Argentina concretizou quatro penáltis e todos por Messi, de um total de sete golos que o argentino fez neste campeonato (menos um golo que Mbappé que com dois penáltis na final fica com um total de oito golos no mundial, sendo o melhor marcador). Messi falhou, ainda assim, uma das faltas diretas na área contra a Polónia.
Ou seja, no Mundial foram marcados no total cinco penáltis a favor da Argentina (concretizou quatro), o que se traduz também num recorde. E um recorde que é retirado a Portugal e aos Países Baixos. Segundo a Opta, citada pelo UOL, o recorde estava em quatro penáltis na mesma edição e que tinha sido marcados a favor de Portugal em 1966, no campeonato do mundo em Inglaterra em que Portugal ficou na terceira posição. Também os Países Baixos tinha essa marca conseguida no mundial de 1978.
Neste campeonato no Qatar, Portugal teve duas penalidades conseguidas: uma marcada por Cristiano Ronaldo, outra por Bruno Fernandes.
Na lista dos que foram marcados estão:
- Fase de grupos:
Qatar—Equador – Enner Valencia
Inglaterra-Irão– Mehdi Taremi
EUA-País de Gales – Gareth Bale
Argentina-Arábia Saudita – Lionel Messi
Alemanha-Japão – Ilkay Gündogan
Espanha-Costa Rica – Ferrán Torres
Portugal-Gana – Cristiano Ronaldo
Portugal-Uruguai – Bruno Fernandes
Equador-Senegal – Ismaila Sarr
- Oitavos de final
França-Polónia – Robert Lewandowski
Brasil- Coreia do Sul – Neymar
- Quartos de final
Argentina-Países Baixos – Lionel Messi
Inglaterra-França – Harry Kane
- Meias finais
Argentina-Croácia – Lionel Messi
- Final
Argentina-França – Lionel Messi
Argentina-França – Kylian Mbappé
Argentina-França – Kylian Mbappé
Penáltis para desempatar
Tirando estas grandes penalidades marcadas ao longo de 90 ou 120 minutos, houve ainda cinco desempates pelas marcas de penalidade. Nos oitavos de final dois jogos decidiram-se pelos penáltis: Japão-Croácia e Marrocos-Espanha; nos quartos foram os jogos Brasil- Croácia e Países Baixos-Argentina. E a própria final Argentina-França, também foi disputada por penáltis.
Já anteriormente dois campeonatos do mundo tinham sido decididos por penáltis: França perdeu com Itália em 2006 e o Brasil bateu Itália em 1994.
No Japão-Croácia houve oito pontapés de penálti, tendo sido convertidos quatro (três pela Croácia, que assim seguiu em frente, e apenas um pelo Japão). Dos quatro penáltis não convertidos três foram defendidos pelos respetivos guarda-redes. Neste jogo, Dominik Livaković, guarda-redes croata, defendeu esses três. Viria a defender mais um contra o Brasil (o de Rodrygo; Marquinhos bateu para fora), também nos desempates. No Brasil-Croácia houve igualmente oito pontapés de penálti, tendo seis sido convertidos (os quatro da Croácia e dois do Brasil). No Marrocos-Espanha só houve necessidade de se realizar sete penáltis, já que os três falhados por Espanhas garantiram a Marrocos a passagem com três penáltis convertidos e um falhado. Dos três penáltis que Espanha não conseguiu marcar dois foi por defesas do guarda-redes. O de Marrocos falhado também foi por defesa.
No Argentina-Países Baixos fizeram-se 10 penáltis. Não foi preciso ir alem da sequência inicial de penáltis. A Argentina marcou quatro e falhou um (por Enzo Fernández, que enviou a bola para fora); os Países Baixos converteram três e falharam dois. Os dois penáltis falhados pelos Países Baixos foram defendidos por Emiliano Martínez começava a desenhar neste jogo um caminho mais estreito para ser considerado o melhor guarda-redes do mundial.
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Na final, houve oito penáltis para desempatar. A Argentina não falhou nenhum dos seus quatro, e França rematou um para fora (Tchouaméni) e Coman permitiu a defesa de Emiliano Martínez. Mbappé e Messi foram os primeiros jogadores a marcar os penáltis pela França e Argentina, respetivamente. E não falharam.
Os penáltis falhados
Houve penáltis falhados também que ficam, neste campeonato, para a história. Em particular o de Harry Kane, nos quartos de final contra a França. Já tinha convertido um nesse mesmo jogo e acabou por falhar o segundo penálti, deixando França avançar no campeonato. A Inglaterra ficou pelo caminho depois desse jogo.
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Na fase de grupos, tinha havido alguns penáltis falhados: Robert Lewandowski falhou a marcação no jogo da Polónia contra o México; Alphonso Davies rematou para a defesa de Courtois no Canadá contra a Bélgica; e Salem Al Dawsari não conseguiu converter o penálti a favor da Arábia Saudita no jogo contra a Polónia.
Também Messi, como já se referiu, falhou um penálti contra a Polónia, e Andre Ayew não marcou no Gana contra a Uruguai.