Em 2022 o número de médicos aposentados bateu o recorde dos últimos 10 anos. Segundo dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), até novembro tinham-se já reformado 726 médicos especialistas, aos quais se juntam os 56 que integram a lista da Caixa Geral de Aposentações a partir de dezembro, fazendo um total de 782 médicos que deixam centros de saúde e hospitais públicos, noticia o Público.

As aposentações de médicos no Serviço Nacional de Saúde tinha aumentado durante a pandemia de Covid-19, mas o último pico aconteceu em 2014, depois da passagem da troika por Portugal e num ano em que a idade de reforma subiu para os 65 anos.

Rui Nogueira, ex-presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, disse ao jornal que muitos médicos de família adiaram a reforma durante os dois primeiros anos de pandemia e continuaram a trabalhar até aos 70 anos, e isso tem sido uma ajuda. Por outro lado, o regime especial de contratação de médicos aposentados no SNS (que foi criado em 201o para funcionar durante três anos) manter-se-á em 2023. No passado mês de novembro eram 428 médicos de volta ao ativo.

O bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, alerta para o facto de, às saídas por reforma, se terem de somar os médicos que trocaram o SNS pelo setor privado, os que decidiram deixar o país e ainda os recém-especialistas que não ocupam o total de vagas abertas nos centros de saúde e nos hospitais públicos.

O Governo prevê que em 2023 a entrada de novos médicos no SNS já compensará as aposentações.

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