O antigo Museu Berardo será o novo Museu de Arte Contemporânea/Centro Cultural de Belém (MAC/CCB), foi anunciado esta segunda-feira de manhã numa conferência de imprensa com o ministro da Cultura e o Conselho de Administração do CCB.

Pedro Adão e Silva esteve reunido com o Conselho de Administração do CCB para “discutir aspetos relacionados com a nova fase do CCB, motivada pelo reassumir, a 1 de janeiro de 2023, da gestão do Centro de Exposições (vulgo ‘módulo 3’)”, o local onde, até agora, funcionou o Museu Coleção Berardo de Arte Contemporânea.

O Governo formalizou a 27 de dezembro o fim a Fundação de Arte Moderna e Contemporânea – Coleção Berardo, permitindo ao CCB recuperar a posse e a gestão do centro de exposições. A Fundação nasceu em 2006 para criar e gerir o Museu Berardo. O administrador e advogado André Luís Gomes garantiu, em declarações ao Observador, que a sua extinção “é ilegal”,  mas o ministro da Cultura assumiu que o objetivo da Fundação se esgotou.

Administrador da Fundação Berardo diz que extinção “é ilegal”. Ministro da Cultura alega: “Objetivo da Fundação esgotou-se”

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Adão e Silva descreveu esta segunda-feira a nova fase do museu como “um momento de viragem”, destacando que, “há vários anos”, que o CCB não tinha posse de uma área significativa do edifício. A recuperação do “módulo 3” irá permitir ao organismo “integrar o centro de artes performativas no centro de exposições”.

FILIPE AMORIM/OBSERVADOR

O MAC – CCB estará aberto a partir desta terça-feira, 3 de janeiro,  com a mesma disposição que tinha até ao dia 31 de dezembro e com a coleção Berardo em exposição, ou seja, sem alterações. A única mudança é o nome, que foi substituído na fachada do edifício ainda esta segunda-feira de manhã. Todas as referências ao antigo Museu Berardo foram retiradas. Os preços e os descontos vão manter-se pelo menos até à divulgação de um calendário para o futuro da nova instituição. Adão e Silva e o Conselho de Administração do CCB não quiseram avançar, para já, com datas.

O plano de um colecionador, as contas nos tribunais e um futuro por definir: para onde vai o Museu Berardo?

O ministro destacou, na conferência de imprensa, a importância da Coleção Berardo, “única no contexto nacional”. Afirmando que “ninguém sabe” qual será a evolução do processo judicial que envolve a coleção de arte, Adão e Silva garantiu o total interesse do Ministério da Cultura em “negociar os termos” da sua permanência no MAC – CCB quando o caso estiver resolvido. “Até lá, o que nos cabe garantir, é que a função pública da coleção se mantém”, declarou. “Quando o processo estiver concluído, negociaremos com quem tiver a posse.”

Questionado sobre uma possível classificação da Coleção Berardo, o governante esclareceu que tal não se coloca, até porque a coleção está arrestada. Em relação à coleção de arte Ellipse, “está ficará integralmente em acervo no CCB”.

Adão e Silva disse que é intenção do Ministério da Cultura “estabilizar o quadro” em que o novo museu “irá operar”, esclarecendo que a gestão do mesmo ficará a cargo do Conselho de Administração do CCB. As condições laborais dos trabalhadores irão também manter-se, como tinha já sido comunicado.

Artigo atualizado às 13h09