O novo ministro da Segurança Nacional e figura de extrema-direita de Israel visitou esta segunda-feira a Esplanada das Mesquitas, um local sagrado no centro das tensões em Jerusalém Oriental, apesar das ameaças do Hamas palestiniano. “O nosso Governo não cederá às ameaças do Hamas”, disse Itamar Ben Gvir, após o movimento islâmico palestiniano Hamas, que controla a Faixa de Gaza, afirmar que a decisão do ministro de visitar o local se tratava de “um prelúdio para uma escalada na região”.

Terceiro local mais sagrado do Islão e o local mais sagrado do judaísmo, o espaço também conhecido como “Monte do Templo” fica situado na Cidade Velha de Jerusalém, no setor palestiniano ocupado e anexado por Israel. Em virtude do status quo histórico, os não-muçulmanos podem visitar o local em momentos específicos, mas não podem rezar ali. Nos últimos anos, contudo, um número crescente de judeus, sobretudo nacionalistas, têm-no feito, o que tem sido denunciado pelos palestinianos como uma “provocação”. Itamar Ben Gvir, que ali se deslocou várias vezes como membro do parlamento, anunciara a intenção de se deslocar à Esplanada das Mesquitas como ministro.

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Em 2000, a visita de Ariel Sharon, então líder da oposição de direita israelita, foi vista pelos palestinianos como uma provocação. No dia seguinte, confrontos sangrentos entre palestinianos e polícias israelitas marcaram o início da segunda Intifada (sublevação palestiniana, 2000-2005). Em maio de 2021, a violência em Jerusalém Oriental, particularmente na Esplanada das Mesquitas, foi o prelúdio de uma guerra de 11 dias entre o Hamas e Israel.

“O Monte do Templo é o lugar mais importante para o povo de Israel, mantemos a liberdade de movimento para muçulmanos e cristãos, mas os judeus também irão até ao Monte do Templo e aqueles que ameaçam devem ser tratados com mão de ferro“, acrescentou Ben Gvir.

Advogado, Itamar Ben Gvir tornou-se ministro em dezembro no Governo liderado pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu. Defende a anexação por Israel da Cisjordânia, onde vivem 2,9 milhões de palestinianos e 475.000 israelitas, em colonatos considerados ilegais, segundo o direito internacional. Defende também a transferência de parte da população árabe de Israel, considerada desleal, para países vizinhos.