O piloto francês Sébastien Loeb (BRX) venceu esta quarta-feira a quarta etapa dos automóveis na 45.ª edição do rali Dakar de todo-o-terreno, que se disputa até dia 15 na Arábia Saudita.
Loeb gastou menos 13 segundos do que o compatriota Stéphane Peterhansel (Audi) a cumprir os 425 quilómetros cronometrados da especial, com partida e chegada em Hail, e menos 1.50 minutos do que o espanhol Carlos Sainz (Audi), que foi terceiro.
O final da etapa ficou marcado pela decisão da Federação Internacional do Automóvel (FIA) em permitir aos Audi aumentarem a potência, de acordo com o regulamento deste ano, numa medida que pretende equilibrar a luta pela vitória, denominada Equivalência de Tecnologia.
A decisão foi já contestada pelo qatari Nasser Al-Attiyah (Toyota), líder da classificação geral, que terminou a etapa como quarto classificado, a 2.05 minutos do vencedor.
Que surpresa darem mais 11 cavalos aos nossos adversários. Obrigado por matarem a corrida antes de tempo”, escreveu o qatari na sua conta do Instagram.
O sueco Mathias Ëkstrom (Audi) respondeu, dizendo que Nasser deveria “seguir os acordos e os métodos de medição acordados antes da corrida e deixar a FIA fazer o seu trabalho”.
Carlos Sainz, que liderou nos primeiros dias, frisou que não quer “mais potência, mas igualdade”, enquanto a Audi considera que é “uma decisão justa”, pois os seus carros perdem “em aceleração”.
A marca germânica aproveitou o dia para homenagear o norte-americano Ken Block, falecido na segunda-feira, vítima de um acidente com uma mota de neve nos Estados Unidos.
Ainda nas quatro rodas, mas na categoria T3, para veículos ligeiros (SSV) protótipos, o português João Ferreira (Yamaha), campeão nacional de todo-o-terreno, liderou parte da tirada, terminando na segunda posição, a 5.49 minutos do vencedor, o norte-americano Mitchell Guthrie (BFG).
O belga Guillaume de Mevius (GRALLY Team) foi terceiro, a 6.14 minutos.
Foi uma etapa muito boa e o resultado é muito saboroso. Depois de dois dias muito difíceis e que mexem com o nosso psicológico e físico, acaba por ser uma boa forma de tirar a pressão. Estamos neste Dakar para ganhar mais consistência, aprender e evoluir e tanto os bons como os maus resultados são importantes para o nosso futuro nesta e noutras provas”, disse o piloto de Leiria.
Ricardo Porém (Yamaha) foi 15.º, enquanto Hélder Rodrigues (Can-Am) voltou a ter problemas e foi apenas 40.º, somando 23:40 horas de penalização.
Nos T4, para SSV derivados de Série, David Megre, que navega para o espanhol Ricardo Suarez (Ramilo), foi o melhor português, na sétima posição. O brasileiro Bruno Conti (Can-Am), com o português Bianchi Prata como co-piloto, foi 22.º.
Na geral, Nasser Al-Attiyah lidera nos automóveis, com 18.18 minutos de vantagem sobre o saudita Yazeed Al-Rajhi (Toyota) e 18.52 sobre Peterhansel. Carlos Sainz é quarto, a 32.55 minutos.
Michael Guthrie lidera nos T3, com o navegador português João Ré (faz dupla com o saudita Saleh Alsaif, num Can-Am) é sétimo, com Ricardo Porém em 20.º e Hélder Rodrigues em 36.º. João Ferreira é 41.º.
O brasileiro Rodrigo Oliveira (Can-Am) lidera os T4, nos quais Bianchi Prata, na oitava posição, é o melhor português.
Na quinta-feira, disputa-se a quinta das 14 etapas da prova, novamente com partida e chegada em Hail, mas com 373 quilómetros de especial cronometrada.