Para a Audi, a edição de 2024 do Dakar era uma questão de tudo ou nada. Na derradeira participação do construtor alemão na mítica maratona de todo-o-terreno, que nasceu em África e que agora se disputa na Arábia Saudita, depois de anos a ter como palco a América do Sul, o RS Q e-tron provou ser capaz de bater a concorrência ao longo dos 7900 km da prova.

Ao fim de três anos e outras tantas participações, os técnicos germânicos conseguiram, finalmente, aliar à rapidez (que já tinham confirmado nas edições anteriores do Dakar) a resistência que permitisse ao buggy 4×4 da Audi andar a fundo ao longo das 12 etapas. No Dakar deste ano, os três Audi RS Q e-tron bateram-se sobretudo contra as pick-ups da Toyota, as grandes favoritas à vitória, além das pick-ups da Ford e dos buggies da Prodrive.

Audi regressa a Dakar com mais argumentos e o RS Q e-tron

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Ao contrário dos rivais, que recorrem a motores de combustão a gasolina, o RS Q e-tron é essencialmente um buggy eléctrico com dois motores (um em cada eixo), alimentados por uma pequena bateria com somente 52 kWh de capacidade, para manter o peso reduzido, similar ao dos modelos a gasolina.

Mas como a bateria dificilmente armazena energia para percorrer mais do que 100 a 200 km em ritmo de competição, a Audi teve de recorrer a um motor a gasolina, o 2.0 TSI, que não tem qualquer ligação às rodas e que serve apenas para accionar um gerador de corrente, a fim de recarregar a bateria. E como este pequeno motor de quatro cilindros trabalha a regimes constantes e consome gasolina sintética, o RS Q e-tron acaba por possuir cerca de 400 cv, a mesma potência do 3.4 V6 da pick-up da Toyota, mas emite menos poluentes e menos 60% de CO2.

Audi entra na Fórmula 1 como fornecedora de motores em 2026

Depois de ter conseguido impor a sua tecnologia no Dakar, a Audi fez as malas das maratonas no deserto e ruma às pistas de F1. E se apenas se vai estrear na época de 2026, começou já a conceber o motor que vai fornecer à equipa Sauber, que nos últimos anos correu com patrocínio da Alfa Romeo e motores Ferrari. E esta aventura que se aproxima na F1, considerada a disciplina máxima do desporto automóvel, promete ser no mínimo tão difícil quanto vencer o Dakar com uma tecnologia diferente.