A Comissão para a Sustentabilidade da Segurança Social, criada em julho para estudar e propor a diversificação das fontes de financiamento do sistema, está a fazer um inquérito aos jovens focado no sistema de pensões. O grupo quer saber, por exemplo, se os jovens acreditam que a sua pensão futura lhes vai permitir viver e o que acham que deve ser feito para assegurar a sustentabilidade do sistema.

O inquérito, a decorrer até ao final de janeiro, é dirigido a jovens entre os 18 e os 34 anos e é um “instrumento de auscultação e de mobilização dos jovens para a discussão em torno do futuro do sistema de pensões”, explica a comissão.

Os jovens são questionados sobre os tipos de contratos que tiveram/têm, se acumulam empregos, recebem apoio financeiro de familiares ou amigos, se fazem descontos/contribuições para a Segurança Social ou se sabem como se calcula o valor da pensão. Mas um dos focos é a opinião sobre o sistema de pensões. O grupo quer saber se para os inquiridos faz sentido descontar/contribuir para uma pensão de velhice, se no futuro pensam vir a usufruir de uma pensão, se acreditam que o montante da pensão futura de velhice “será suficiente para viver” e se consideram importante que os trabalhadores descontem para a Segurança Social.

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Além disso, são questionados sobre os riscos que podem comprometer a sustentabilidade do sistema de Segurança Social no médio e longo prazo: entre as opções estão o envelhecimento da população, o desemprego, a baxa produtividade, precariedade, robotização, as desigualdades sociais, a emigração e a dificuldade em atrair imigrantes.

Um dos objetivos do grupo de trabalho é estudar e propor formas de diversificar as fontes de financiamento da Segurança Social, e uma das perguntas vai nesse sentido: “O que se deve fazer para assegurar a sustentabilidade da segurança social no longo prazo?” Aumentar a idade da reforma e as contribuições sociais ou incentivar a planos de poupança reforma (PPR) são algumas das opções.

A comissão explica que está a pedir a participação dos jovens porque são “os pensionistas de amanhã“. “O reforço da sustentabilidade do sistema de pensões é fundamental para que todos beneficiem de uma proteção adequada e tenham qualidade de vida na velhice. Urge, por isso, envolver os jovens nesta reflexão”, justifica.

Na nota de apresentação da Comissão, num preâmbulo do inquérito, sublinha que há “tendências” que combinadas com a redução da natalidade e transformações no mercado de trabalho geram “percursos profissionais com mais interruoções”. E isso é uma “pressão financeira acrescida” para os sistemas de pensões, daí que seja preciso pensar no reforço da sustentabilidade financeira e social do sistema.

O grupo explica ainda que a sustentabilidade significa garantir o equilíbrio financeiro do sistema de pensões para as atuais e futuras gerações, assim como “assegurar montantes de pensão adequados que protejam contra situações de pobreza na velhice e evitem quebras significativas nas condições de vida na transição para a reforma”.

O inquérito é desenvolvido em colaboração com o Observatório das Desigualdades e o Observatório do Emprego Jovem.