É uma peça histórica com um “valor inestimável” que acabou “completamente destruída” pelos manifestantes que invadiram o Palácio do Planalto. Datado do século XVII e pertencente ao rei português D. João VI, os ponteiros de um relógio de mesa, que fora levado para o Brasil em 1807 quando o monarca transferiu a corte para o Brasil na sequência das invasões francesas, foram arrancados.

Este relógio de pêndulo tinha sido oferecido a D. João VI pela corte do Rei Sol francês, o absolutista D. Luís XIV. A peça tinha sido desenhada por André-Charles Boulle, que idealizou grande parte do mobiliário do monarca francês, e fabricada pelo relojoeiro Balthazar Martinot.

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Exposto no terceiro piso do Palácio do Planalto, no gabinete de Lula da Silva, os manifestantes danificaram-no aquando da invasão, retirando-lhe os ponteiros e os números. Rogério Carvalho, diretor de Curadoria dos Palácios Presidenciais, lamentou o sucedido e assinalou que o restauro será “muito difícil”.

De acordo com uma nota da presidência brasileira, existem apenas dois relógios fabricados por Balthazar Martinot. “O outro está exposto no Palácio de Versalhes, mas possui metade do tamanho da peça que foi completamente destruída pelos invasores do Planalto. O valor desta peça é considerado fora do padrão“, lê-se no documento.

O relógio de pêndulo foi encontrado no espólio do governo federal em 2012 e foi depois restaurado.

Notícia corrigida às 18h00 com a troca de designação de Palácio da Alvorada para Palácio do Planalto