O ex-Presidente do Brasil Michel Temer considera que a invasão do passado domingo aos edifícios do Congresso, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal foi “uma agressão inominável aos poderes do Estado” e foi “mais grave” do que a invasão do Capitólio norte-americano, por ter sido aos edifícios dos três poderes do Estado.

Em entrevista à RTP3, Temer afirmou que todas as manifestações “são democráticas” e devem ser respeitadas, mas que a partir do momento em que não são pacíficas deixam de ser permissíveis. Referindo-se ao ataque de 2021 ao Capitólio, o antigo Presidente disse que esperava que tivesse servido “como vacina para o Brasil” por ter havido reação judicial sobre os envolvidos. “Mas enganei-me. O último domingo mostra que não serviu de vacina, serviu talvez até de entusiasmo”, disse.

Temer, que subiu à presidência na sequência do impeachment a Dilma Rousseff, desvalorizou contudo a postura de Jair Bolsonaro ao questionar os resultados eleitorais que deram a presidência a Lula da Silva.

O silêncio do ex-Presidente Bolsonaro não é determinador da posse do Presidente”, notou, sublinhando que Lula tomou posse. “Há uma questão política, ele não reconhece politicamente [os resultados]. Tem lá as suas razões, que são subjetivas, não saberia comentá-las.”

O antigo chefe de Estado aproveitou a entrevista para deixar um apelo tanto a Bolsonaro como ao atual Presidente, pedindo-lhes que promovam “a pacificação” do país. “Cabe ao ex-Presidente e ao atual Presidente lançar palavras amenas para pacificar o país”, resumiu. “Esta invasão serviu para reunificar os governadores dos estados, os próprios poderes do Estado se uniram e boa parte da opinião pública também se reunificou. Talvez agora [a pacificação] seja possível.”

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