O francês Sébastien Loeb (BRX) venceu esta quarta-feira a 10.ª etapa dos automóveis da 45.ª edição do Rali Dakar de todo-o-terreno, tornando-se no mais vitorioso desta edição, com quatro triunfos, três deles consecutivos.
Loeb gastou 1h48.32 para cumprir os 114 quilómetros cronometrados da tirada que esta quarta-feira ligou Haradh a Shaybah, na Arábia Saudita.
O sueco Mathias Ëkstrom (Audi) foi o segundo, a 3.04 minutos, com o brasileiro Lucas Moraes (Toyota) em terceiro, a 5.22, numa etapa em que se sentiu adoentado. O qatari Nasser Al-Attiyah (Toyota), líder da classificação geral, foi quarto na etapa de quarta-feira, a 5.45.
Na geral, Al-Attiyah tem agora 1h21.34 de vantagem sobre Lucas Moraes e 1:37.23 sobre Loeb.
O dia ficou ainda marcado pelo abandono do checo Ales Loprais (Praga), que liderava a categoria dos camiões, depois de saber que, na véspera, durante a transposição de uma duna, tinha atropelado um espetador italiano, de 60 anos, que viria a falecer três horas depois vítima de ataque cardíaco.
Loprais publicou um vídeo nas redes sociais, com imagens do momento do incidente, mostrando que, da cabina do camião, nem sequer viu o espetador, que estava agachado atrás de uma duna. “Por minha culpa, perdeu-se uma vida humana”, lamentou o piloto checo, que era o favorito à vitória deste ano.
Entre os veículos ligeiros, Hélder Rodrigues (Can-Am), que inicialmente foi dado como segundo classificado, viu, finalmente, a organização creditar-lhe o terceiro melhor tempo do dia entre os protótipos (T3), a 2.46 minutos do vencedor, o norte-americano Seth Quintero (BFG), com o chileno Ignacio Casale (Yamaha) a intrometer-se pelo meio, a 37 segundos do primeiro.
Ricardo Porém (Yamaha) também viu a sua classificação corrigida, passando de terceiro para quarto classificado, a 4.22 minutos do vencedor.
“Foi uma etapa tranquila, onde conseguimos impor um ritmo positivo. Repetimos o quarto lugar da etapa de ontem [terça-feira] e estamos mais confortáveis com o carro e a forma de tirar melhor partido do mesmo. Avizinham-se dias duros em que todo o cuidado é pouco. Vamos tentar fazer mais e melhor até domingo”, disse o piloto de Leiria, antigo campeão nacional de todo-o-terreno.
João Ferreira (Yamaha), que apareceu inicialmente em oitavo, terminou em 11.º, a 08.18 minutos.
“Nesta segunda semana, queremos mesmo aprender e garantir a chegada ao final da prova. Só vamos impor um ritmo mais forte se virmos que há forte possibilidade de chegar a lugares de destaque. Hoje, fomos 11.º na etapa mais curta do Dakar, mas que nos deu algum trabalho. A aprendizagem continua e amanhã [quinta-feira] damos início à Etapa Maratona”, disse o atual campeão nacional e europeu de todo-o-terreno em automóveis que, aos 23 anos, faz a estreia no Dakar.
João Ré, que navega o saudita Saleh Alsaif (Can-Am), foi 16.º. Na geral, Ré mantém o sexto lugar, a 04:04.47 horas do líder, o belga Guillaume de Mevius (Grally). Ricardo Porém é 15.º, mas já a 11:04.05 horas, com Hélder Rodrigues em 31.º e João Ferreira em 36.º.
Nos T4 (veículos ligeiros derivados de série), Fausto Mota, que navega o brasileiro Cristiano Batista (Can-Am), foi o melhor português, na sétima posição, a 04.41 minutos do vencedor, o espanhol Farres Guell (Can-Am). Pedro Bianchi Prata, que navega o brasileiro Bruno Oliveira (Can-Am), foi 10.º, a 05.40 minutos.
Na geral, Fausto Mota é sexto, a 01:53.54 horas do líder, o lituano Rokas Baciuska (Can-Am), com Bianchi Prata logo atrás, em sétimo, a 02:21.07 horas.
Na quinta-feira, disputa-se a 11.ª etapa, com 274 quilómetros, a primeira parte de uma etapa maratona no deserto do Quarto Vazio.