O francês Sébastien Loeb (BRX) venceu estasexta-feira a 12.ª etapa dos automóveis na 45.ª edição do Rali Dakar de todo-o-terreno, entre o deserto Quarto Vazio e Shaybah, na Arábia Saudita, e igualou o recorde de triunfos seguidos conseguido por Ari Vatanen em 1989.
O piloto finlandês, que conquistou as edições de 1987, 1989, 1990 e 1991, conseguiu cinco triunfos consecutivos na segunda delas, marca igualada por Loeb, que já soma um total de seis triunfos este ano.
O de sexta-feira permitiu ao antigo campeão mundial de ralis ascender ao segundo lugar da geral, aproveitando um erro do brasileiro Lucas Moraes (Toyota), que ficou preso numa duna.
Loeb gastou 1:56.21 para cumprir os 185 quilómetros cronometrados, deixando o sueco Mattias Ëkstrom (Audi) a 03.19 minutos, no segundo lugar, e o qatari Nasser Al-Attiyah (Toyota) a 03.31 minutos, no terceiro.
Com estes resultados, Al-Attiyah mantém a liderança, com 01:27.10 horas de vantagem sobre Loeb e 01:29.11 sobre Moraes, que tem surpreendido no ano de estreia.
O português Paulo Fiúza, que navega o lituano Vaidotas Zala (Hunter), abandonou com problemas mecânicos.
Quem também não participou na etapa de sexta-feira foi João Ferreira (Yamaha), que compete nos veículos ligeiros protótipos (categoria T3).
O vencedor da oitava etapa decidiu não fazer os 185 quilómetros cronometrados por suspeitar que um problema mecânico o pudesse deixar parado no meio do deserto.
“Infelizmente, depois da chegada da etapa de ontem [quinta-feira], a primeira parte da etapa maratona, e de termos feito a manutenção e revisão [SSV] nós próprios, sem direito a assistência da X-raid Team, decidimos não partir para a etapa de hoje, regressando ao ‘bivouac’ em ligação”, explicou João Ferreira nas suas redes sociais.
Sendo um dos pilotos prioritários, tem à disposição dois “jokers” para poder regressar à prova em regime de Dakar Experience caso não consiga concluir a etapa.
Tendo já utilizado um, devido a problemas mecânicos na primeira semana da 45.ª edição da prova, João Ferreira optou por usar o segundo hoje, de forma a não correr o risco de ficar parado no meio do deserto e ficar impedido de realinhar nas próximas etapas.
O piloto de Leiria, de 23 anos, que venceu a oitava etapa dos veículos ligeiros protótipos (categoria T3), regressa à corrida no sábado, com uma penalização acentuada.
Assim, Ricardo Porém (Yamaha) foi o melhor representante luso, na sexta posição, a 04.31 minutos do norte-americano Mitchell Guthrie (BFG), que acabou por vencer a etapa.
“Fizemos uma etapa tranquila, sem arriscar nada, pois era a segunda parte da etapa maratona. As dunas estão muito moles e de dificuldade acrescida, mas o Yamaha esteve à altura e não acusou qualquer problema nestes dois dias sem assistência”, explicou o leiriense, de 33 anos.
João Ré, que navega o saudita Saleh Alsaif (Can-Am), foi 11.º, a 09.46 minutos e Hélder Rodrigues (Can-Am) o 20.º.
Na geral, João Ré é sexto, a 04:14.03 horas, enquanto Ricardo Porém subiu a 13.º, a 10:51.09 horas. Hélder Rodrigues é 28.º e João Ferreira 37.º, já com quase 50 horas de penalização.
Pedro Bianchi Prata, que navega o brasileiro Bruno Oliveira (Can-Am), foi nono nos T4, a categoria dos veículos ligeiros derivados de série, a 08.49 minutos do vencedor, o polaco Michal Goczal (Can-Am).
Paulo Oliveira e Miguel Alberty (Can-Am) ficaram em 37.º e Fausto Mota, que navega o brasileiro Cristiano Batista (Can-Am), no lugar seguinte.
Na geral, Bianchi Prata é sexto, a 02:42.03 horas do líder, o lituano Rokas Baciuska (Can-Am). Fausto Mota é 24.º e Paulo Oliveira, que compete com licença moçambicana, é 27.º.
No sábado, disputa-se a 13.ª e penúltima etapa da prova, com 154 quilómetros cronometrados entre Shaybah e Al-Hofuf, na Arábia Saudita, que pelo quarto ano consecutivo acolhe a totalidade da prova.