O leiriense Ricardo Porém (Yamaha) foi o melhor piloto português na categoria de veículos ligeiros ao terminar a 45.ª edição do Rali Dakar de todo-o-terreno na 12.ª posição.
Ricardo Porém foi o 10.º mais rápido na 14.ª e última etapa da prova, que este domingo ligou Al Hofuf a Dammam, na Arábia Saudita — que pelo quarto ano consecutivo recebeu a corrida -, cortando a meta a 06.03 minutos da vencedora, a espanhola Cristina Gutiérrez (Can-Am), que bateu o chileno Ignacio Casale (Yamaha) por 58 segundos e o argentino David Zille (Can-Am) por 01.31 minutos.
João Ferreira (Yamaha) foi o oitavo mais rápido do dia, a 04.28, penalizado com dois minutos por excesso de velocidade, tal como Hélder Rodrigues (Can-Am), o 13.º, a 06.12 minutos. João Ré, que navega o saudita Saleh Alsaif (Can-Am), foi o 17.º, a 08.09 minutos.
Na classificação final, o norte-americano Austin Jones (BFG) bisou, deixando o compatriota Seth Quintero (BFG) a 52.05 minutos, com o belga Guillaume de Mevius (Grally) em terceiro, a 01:35.42 horas. João Ré foi o sexto classificado final, a 04:14.08 horas do vencedor desta categoria T3, reservada aos veículos ligeiros protótipos.
Ricardo Porém, de 33 anos, fechou a sua quarta participação no 12.º lugar, a 10:46.41 horas, tendo rubricado uma vitória em etapas, com Hélder Rodrigues em 27.º, a 35:18.19 horas. João Ferreira, que também venceu uma etapa, foi 37.º, depois dos problemas mecânicos nos últimos dias, a mais de 123 horas.
“Partimos para esta aventura com ambições e objetivos e estar aqui neste final de Dakar é muito importante. Ter feito parte desta primeira aventura da X-Raid e Yamaha nos SSV foi um grande orgulho e tenho de agradecer a todos os que viabilizaram esta participação. Tanto eu como o João levámos mais longe o nome da nossa cidade, Leiria, e isso é também algo que me deixa muito feliz”, disse Ricardo Porém.
João Ferreira admitiu que, neste último dia, só pensou em terminar a etapa. “Depois de uma prova com tantos altos e baixos, não podíamos deitar tudo a perder no último dia. Desde o início desta aventura que reiterei que o meu grande objetivo era apenas e só terminar e subir ao pódio final. Para além disso, conseguimos coisas muito bonitas e inesquecíveis”, referiu.
Nos veículos protótipos derivados de série, os T4, houve drama até para lá da hora, com o estreante polaco Eryk Goczal (Can-Am), de apenas 18 anos, a tornar-se no mais novo piloto a vencer uma categoria da prova. O jovem polaco partiu para a derradeira especial com 03.24 minutos de atraso para o lituano Rokas Baciuska (Can-Am), antigo campeão europeu de ralicrosse, mas aproveitou os problemas sofridos por Baciuska para saltar para o comando.
Goczal foi oitavo, depois de ter empenado a suspensão traseira esquerda do seu Can-Am, a 03.22 minutos do vencedor, o espanhol Carlos Sánchez (Can-Am). O português Fausto Mota, que navega o brasileiro Cristiano Batista (Can-Am), foi o segundo, a apenas 38 segundos do vencedor da tirada, com o polaco Michal Goczal (Can-Am) em terceiro.
Pedro Bianchi Prata, que navega o brasileiro Bruno Oliveira (Can-Am), foi o sexto classificado, enquanto Paulo Oliveira foi 34.º. Na geral, Eryk Goczal, que tenta ainda chegar ao final da ligação a tempo de entrar no parque fechado sem penalizar, é o vencedor, com 16.44 minutos de vantagem sobre Rokas Baciuska, e 18.15 sobre o pai, Marek Goczal, que perdeu o segundo lugar devido a uma penalização de dois minutos por excesso de velocidade.
Bianchi Prata fechou a prova na sexta posição. “Mais um Dakar terminado. O carro chegou são e salvo. Foram duas semanas complicadas mas o Dakar é mesmo isto. Sabe bem chegar ao fim”, disse o portuense. Fausto Mota, que corre com licença espanhola, foi 32.º, enquanto Paulo Oliveira, com licença moçambicana, foi 37.º.
Nos camiões, o neerlandês Janus van Kasteren (Iveco) interrompeu o reinado dos russos da Kamaz, ao vencer a categoria. João Dias, que integra a tripulação do camião de assistência da X-Raid, foi 19.º, na frente de José Martins (Team Boucou), que foi 20.º.