Rúben Amorim até pode ter do outro lado da barricada um antigo companheiro de equipa ou um amigo que, quase sempre, ritual no final da partida é o mesmo: olha para o campo, dá um ou outro cumprimento, segue para os balneários. Na Luz, ao contrário do que é habitual, o técnico do Sporting respirou fundo a seguir ao apito final de Artur Soares Dias, dirigiu-se ao lado contrário do meio-campo e foi saudar Roger Schmidt que saía da sua zona técnica antes de rumar ao túnel de acesso aos balneários (e à confusão que se gerou por ali, que fez mesmo com que deixasse de forma momentânea a zona de entrevistas rápidas da BTV antes de voltar como se nada se tivesse passado). Também aqui se percebe que a própria postura do técnico alemão, além dos resultados e do futebol que tem promovido desde a chegada, merece respeito dos homólogos.

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Não foi propriamente a estreia mais desejada por Schmidt num dérbi com casa praticamente cheia, com o Benfica a perder dois pontos de vantagem na frente da Liga para o Sp. Braga (e talvez para o FC Porto) e a perder também a invencibilidade na Luz, ficando pela primeira vez desde a nona jornada com “apenas” quatro pontos de avanço no topo da classificação apesar de manter os folgados 12 pontos em relação ao rival lisboeta. No entanto, o treinador enalteceu a atitude dos jogadores e a constante procura pela vitória.

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“Foi um jogo muito bom, um jogo muito intenso. Precisámos de 25/30 minutos para entrar no jogo mas depois fizemos um bom jogo. Conseguimos voltar a entrar no jogo duas vezes, tentámos tudo para vencer mas temos de aceitar o empate. Não posso censurar os meus jogadores, mostraram um bom futebol e uma boa atitude. Era possível ganhar este jogo”, começou por destacar na flash interview da BTV.

“Não tenho qualquer dúvida em relação à mentalidade dos jogadores, conseguimos empurrar o Sporting para trás e criar oportunidades muito boas, tivemos também alguns livres e oportunidades mas não conseguimos marcar o terceiro golo. Primeiro dérbi? Vi um jogo muito bom de futebol, intenso, onde o Sporting demonstrou a sua qualidade. Tem um bom plantel, não foi fácil. Foi a 16.ª jornada, ainda faltam 18. Podemos tirar muitas coisas positivas deste jogo para o futuro”, acrescentou depois Schmidt.

“Mau momento do Benfica nesta fase? Podem dizer o que quiserem mas depois de não termos jogado bem com o Sp. Braga vi uma boa reação da equipa nos dois jogos seguintes, hoje também acho que fizemos um bom jogo e é como digo, estamos apenas na 16.ª jornada e há um longo caminho ainda por percorrer e para sermos campeões. Temos de estar preparados para todos os jogos e temos de aceitar a história de cada um. Não vamos ganhar todos os jogos, isso não é futebol. Há grandes equipas aqui, é um grande desafio para nós sermos campeões e o que vi hoje foi um bom jogo. Não fomos tão bons nos primeiros 30 minutos e temos de falar sobre isso mas vi depois um bom jogo, um bom espírito. O Sporting foi melhor aí mas depois tiveram duas chances e um penálti que não foi para mim mas até isso aceito”, disse depois na conferência.

“Justo ou não justo, é futebol. Tivemos chances para marcar mais, mas temos de aceitar. Não há aqui justo ou injusto. Acho que tivemos as melhores oportunidades mas o Sporting também esteve a um bom nível. Penálti? Acho que o árbitro tinha tomado uma decisão muito boa. Viu o lance no momento e não assinalou nada. Do meu ponto de vista, as instruções para o VAR para mim são óbvias: se não for claro, não é preciso interferir. O árbitro demorou cinco minutos para reverter a decisão e se precisou de cinco minutos é porque não foi claro. Para mim não foi penálti. O que falei com o árbitro no final? Não foi sobre o penálti, foi sobre outras situações. Nada de especial…”, acrescentou ainda Roger Schmidt.