A parceria que une a Microsoft à OpenAI, a startup de São Francisco que desenvolve modelos de inteligência artificial (IA), continua a dar frutos. A tecnológica liderada por Satya Nadella anunciou a disponibilidade geral da Azure Open AI, a plataforma da Microsoft que conta com as potencialidades dos modelos da empresa de IA.
O anúncio da dona do Windows diz que, com esta disponibilidade geral, as empresas que têm serviços da Azure vão poder usar “os modelos mais avançados do mundo – incluindo GPT-3.5, Codex e o DALL-E 2”. O ChatGPT, o modelo de linguagem que consegue compreender pedidos de texto, dar respostas e até fazer resumos de informação, só vai chegar mais tarde.
ChatGPT is coming soon to the Azure OpenAI Service, which is now generally available, as we help customers apply the world’s most advanced AI models to their own business imperatives. https://t.co/kQwydRWWnZ
— Satya Nadella (@satyanadella) January 17, 2023
Até aqui, esta plataforma Azure com os modelos da OpenAI só estava disponível para alguns utilizadores empresariais. Em novembro de 2021, a Microsoft apresentou o serviço Azure OpenAI, reforçando em maio de 2022 o número de modelos disponíveis. Com a disponibilidade geral agora anunciada, as empresas e programadores vão poder explorar as capacidades dos diferentes modelos e perceber como podem ser integradas nos processos internos ou em aplicações próprias.
O anúncio da Microsoft é feito num pico de popularidade dos modelos da OpenAI, especialmente do ChatGPT. Lançado em novembro de 2022, tornou-se viral nas redes sociais devido às respostas que dá. Mas também há muitas companhias que estão a olhar para este desenvolvimento da inteligência artificial e a tentar explorar o potencial do modelo no mundo empresarial.
A OpenAI aproveita a popularidade. Jornais como o Financial Times e o Wall Street Journal escreveram que a empresa terá visto a avaliação aproximar-se dos 29 mil milhões de dólares, num momento em que estará à procura de investidores. As notícias à volta da companhia não param e também há rumores de que a Microsoft, que já investiu mil milhões de dólares na OpenAI, poderá canalizar 10 mil milhões de dólares para financiar a empresa, um notícia avançada pela Semafor.
Em Davos, na Suíça, onde está a decorrer o Fórum Económico Mundial, Satya Nadella não fugiu às questões sobre a OpenAI. A empresa está a trabalhar para comercializar de forma rápida as ferramentas desenvolvidas pela startup de São Francisco, avançou durante um painel do Wall Street Journal. O executivo ambiciona que a Azure “seja o local para qualquer pessoa que pense sobre inteligência artificial”. “Todos os produtos da Microsoft vão ter alguma das capacidades da inteligência artificial para conseguir transformar completamente o produto”, disse Nadella.
Meios como o Information avançaram nos últimos dias que a Microsoft estaria a planear integrar as competências do ChatGPT no motor de pesquisa Bing. Mais tarde, a mesma fonte citava os planos sobre a integração também nos produtos que agora compõem a suite 365 da Microsoft – Word, PowerPoint e Excel. Afinal, pelas declarações de Satya Nadella, a ideia passará por algo bem mais abrangente.
CEO defende que compra da Activision aumenta concorrência
Durante a intervenção em Davos, Satya Nadella também foi questionado sobre a compra da Activision Blizzard, que neste momento está num impasse por a FTC, a Comissão Federal de Comércio dos EUA, ter tentado bloquear o negócio. Ao mesmo tempo, a Comissão Europeia tem em curso uma investigação à compra, tendo definido 11 de abril como prazo limite para tomar uma decisão.
Mesmo com o recurso à justiça e as investigações em curso, Satya Nadella defende que a aquisição de 67 mil milhões de dólares vai aumentar a concorrência no mercado de jogos e não limitá-la, como argumentam os reguladores. “Ser uma concorrente de quarto lugar [no mercado de consolas] a tentar acrescentar mais conteúdo e a criar mais oportunidades para os editores e mais jogadores que possam apreciá-las” é o que a Microsoft diz pretender fazer por isso conclui: “Se se acredita em concorrência, deve acreditar-se neste negócio.”