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Kh-22. O míssil russo usado em Dnipro que levou à demissão do conselheiro de Zelensky

Este artigo tem mais de 1 ano

Capaz de destruir um porta-aviões, míssil do tempo da Guerra Fria foi lançado sobre uma área residencial ucraniana e esteve na origem do pedido de demissão do conselheiro de Zelensky.

Missile attack on residential building in Dnipro amid Russia-Ukraine war
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Míssil Kh-22 matou pelo menos 44 pessoas num complexo residencial em Dnipro

Anadolu Agency via Getty Images

Míssil Kh-22 matou pelo menos 44 pessoas num complexo residencial em Dnipro

Anadolu Agency via Getty Images

“A Ucrânia não tem meios para abater estes mísseis”. A confirmação, vinda diretamente da Força Aérea ucraniana, serviu um duplo propósito: por um lado, apelar ao envio de mais armamento para Kiev na guerra contra a Rússia; por outro, desmentir as declarações de Oleksiy Arestovych, conselheiro do Presidente ucraniano, que tinha afirmado no sábado, horas depois do ataque a um complexo residencial em Dnipro, que a destruição podia ter sido causada por mísseis antiaéreos da Ucrânia, ao desviarem os mísseis russos da sua rota original.

Ataques como Dnipro exigem “novas decisões” sobre fornecimento de armas

De imediato, a frase de Arestovych foi aproveitada pela propaganda do Kremlin. A afirmação do porta-voz do Kremlin Dmitry Peskov de que os ataques russos “não atingiam áreas residenciais” estava ancorada na tese de interferência ucraniana – e a declaração do conselheiro permitia dizer que “alguns responsáveis no lado ucraniano” também teriam chegado a essa conclusão.

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O conselheiro de Volodymyr Zelensky ainda se veio retratar, alegando fadiga e dizendo que estava simplesmente a avançar uma hipótese preliminar, mas o dano estava feito; esta terça-feira, Oleksiy Arestovych apresentou a demissão, pretendendo com isso dar “um exemplo de comportamento civilizado: um erro fundamental, que significa demissão”.

Míssil que caiu em Dnipro foi desenhado para combater um porta-aviões

O “erro” de Arestovych revestiu-se de importância redobrada – pelo aproveitamento que dele foi feito por Moscovo e também porque os Kh-22 não são uma arma qualquer. Trata-se de mísseis anti-navio supersónicos de longo alcance, desenvolvidos na antiga União Soviética, de acordo com o Instituto para o Estado da Guerra (ISW), com sede nos Estados Unidos. Em termos mais práticos, a ogiva é descrita na Ucrânia como um “mata porta-aviões”.

Apenas artilharia antiaérea avançada é capaz de contrariar o seu efeito destrutivo – artilharia da qual a Ucrânia não dispõe. Em declarações à Newsweek, Mykola Oleshcuk, comandante das Forças Armadas ucranianas, fez um retrato da situação: “Desde o início da agressão militar russa na Ucrânia, mais de 210 mísseis deste género foram lançados. Nenhum deles foi abatido pelo nosso equipamento de defesa aérea”.

Numa publicação no Facebook, Oleshcuk referiu que apenas armamento do Ocidente pode combater estes mísseis – em particular, o sistema Patriot-PAC 3, dos Estados Unidos. A administração Biden concordou recentemente em enviar para território ucraniano um exemplar destes sistemas, com cerca de 100 soldados ucranianos prestes a participar em treinos em território norte-americano, de acordo com a britânica BBC. Quanto à Rússia, já anunciou que fará da mais recente arma no arsenal de Kiev um “alvo prioritário” na guerra.

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