Nguyen Xuan Phuc, o Presidente do Vietname, apresentou a demissão depois de ser acusado pelo Partido Comunista — que governa atualmente o país — de ser responsável por “violações” e “transgressões” cometidas pelos oficiais a seu cargo. A notícia foi avançada esta terça-feira, 17 de janeiro, pela Agência de Notícias Vietnamita, citada pela Reuters.
“Totalmente consciente das suas responsabilidades perante o partido e o povo, apresentou um pedido para se demitir das posições que ocupa e reformar-se”, declarou o comité central do Partido Comunista, citado pela mesma agência.
Phuc, de 68 anos, ocupava o cargo há menos de dois anos e já tinha sido primeiro-ministro. A demissão vem acompanhada de um afastamento do Partido Comunista, que está a passar por uma reforma anti-corrupção lançada pelo seu atual líder, Nguyen Phu Trong.
As especulações em torno da sua demissão começaram em janeiro deste ano, quando se exoneraram dois ministros. A decisão foi votada na Assembleia Nacional do Vietname mas, segundo a Reuters, não foi apresentada uma justificação para estas demissões.
Segundo um especialista em diplomacia vietnamita, contactado pela mesma agência de notícias, poderão estar ligadas a dois escândalos do verão do ano passado, em que elementos do seu gabinete terão estado envolvidos num escândalo de subornos ligados a repatriação no pico da pandemia da Covid-19.
Partido Comunista do Vietname expulsa ministro e autarca por escândalo de corrupção
Em dezembro, o Ministro dos Negócios Estrangeiros foi punido pelo Partido Comunista por ter envolvido uma série de representantes oficiais e diplomatas no mesmo escândalo de repatriação. Mais tarde, já em janeiro, o ex-embaixador vietnamita na Malásia foi preso pelas autoridades por acusações de “abuso de poder no desempenho de deveres oficiais”, também inseridas no mesmo caso.
Ainda não se sabe quem irá substitutuir Nguyen Xuan Phuc mas, para que a demissão se torne oficial, terá de ser aprovada pela Assembleia Nacional, que agendou uma reunião extraordinária esta semana, de acordo com a Reuters.