Devanshi Sanghvi era, até aqui, herdeira de uma das maiores fortunas de diamantes da Índia. Agora, com apenas oito anos, a jovem resolveu renunciar à herança e dedicar a sua vida a uma ordem religiosa com mais de 2.500 anos.

A jovem da família dona da cadeia Sanghvi and Sons, uma das mais importantes na indústria dos diamantes, com uma fortuna avaliada em cerca de cinco mil milhões de rupias (mais de 56 milhões de euros), deu entrada no culto Jain, uma religião de freiras que apregoam a não-violência, o veganismo e o amor por todos os seres vivos. Alguns membros da ordem chegam mesmo a tapar a boca com um tecido, por forma a evitar ingerir acidentalmente insetos.

De acordo com o The Guardian, a entrada da jovem na ordem foi assinalada na última semana com uma cerimónia festiva de quatro dias, durante a qual foi transportada numa carruagem puxada por um elefante.

A cerimónia terminou esta quarta-feira, com Devanshi a dar entrada num convento onde trocou as roupas adornadas de joias por uma simples túnica branca, antes de rapar o cabelo, tornando-se uma das pessoas mais novas a entrar na religião:

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“A Devanshi nunca viu televisão, nunca foi ao cinema, centros comerciais ou restaurantes”, disse uma fonte, citada pelo jornal britânico, acrescentando que a jovem era até aqui presença assídua em cerimónias religiosas em templos Jain.

O Jainismo tem cerca de 4 milhões de seguidores na Índia, muitos dos quais pertencentes a afluentes comunidades mercantis. Famílias embrenhadas na religião são conhecidas por encorajar alguns dos seus herdeiros a dedicar-se ao sacerdócio como forma de melhorar o estatuto social da família. Por seu lado, os pais de Devanshi afirmam que a filha estava entusiasmada com a possibilidade de se vir a tornar freira.

A religião tem sido criticada dentro da Índia por alguns dos seus rituais e práticas mais estritas, em particular uma tradição de jejuns extremos que já têm causado mortes – em 2016, uma rapariga Jain de 13 anos morreu após iniciar um jejum de dois meses, durante o qual apenas lhe foi permitido beber água quente duas vezes por dia, tendo a família sido mesmo acusada de homicídio.