(Em atualização)

Os tripulantes de cabine da TAP decidiram manter a greve prevista para este mês de janeiro com votação de quase unanimidade, disse ao Observador fonte do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC).

O SNPVAC reuniu-se esta quinta-feira de manhã em assembleia geral de emergência para analisar uma proposta apresentada pela transportadora no âmbito das negociações de um novo acordo de empresa, que tem causado atritos entre a TAP e a organização sindical. A nova proposta foi chumbada, sabe o Observador, com 29 votos a favor, 858 votos contra e nove abstenções.

O acordo chumbado pelos tripulantes, a que o Observador teve acesso, era composto por 12 pontos, e implicava o cancelamento do pré-aviso de greve. Previa, entre outros pontos, o arranque da negociação do novo Acordo de Empresa até 31 de janeiro de 2023, sendo que a TAP, “como estímulo recíproco à boa e célere condução do processo negocial do novo AE”, comprometia-se a “atribuir uma compensação extraordinária aos Tripulantes de Cabine associada ao início e conclusão dessa negociação”.

Assim, a TAP propunha atribuir aos tripulantes 8 milhões de euros, incluindo aos não associados no SNPVAC, “de acordo com a matriz de repartição a ser definida pelo SNPVAC, até à data-limite de 31 de janeiro de 2023, a título de compensação extraordinária, sem sujeição às reduções retributivas previstas no ATE (Acordo Temporário de Emergência).

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Entre os pontos da proposta chumbada estava ainda o aumento das ajudas de custo nas viagens para o Brasil, a discussão da revisão das tabelas salariais e da estrutura retributiva na discussão do novo Acordo de Empresa, um novo protocolo de formação e a efetivação imediata de 11 tripulantes de cabine. A proposta incluía também a aprovação de um tripulante adicional nos voos de longo curso, a formação de uma nova turma de supervisores de cabine no primeiro semestre de 2023 e a manutenção das “atuais regalias vigentes previstas no AE com referência ao infantário até à entrada em vigor do novo AE”.

À entrada da sessão, o presidente do SNPVAC admitiu ser “muito provável” que os tripulantes decidissem manter o pré-aviso de greve para os dias 25 a 31 de janeiro, ao contrário do que tinha admitido o ministro das Infraestruturas, João Galamba, que numa nota enviada pelo seu gabinete após uma reunião com Ricardo Penarróias se mostrou “convicto” de que a greve de sete dias seria evitada.

Galamba disse “convicto de que a assembleia-geral do SNPVAC dará um passo decisivo para a melhoria da situação dos trabalhadores e da companhia aérea, permitindo evitar uma greve de sete dias que causaria um grave dano à empresa”.