A notícia foi avançada este sábado pelo Daily Mail e poderá significar uma reviravolta no processo que liga o príncipe André a Jeffrey Eptein e, em particular, a Virginia Giuffre, a mulher que acusou o duque de York de agressão sexual quando ainda era menor. Segundo aquele jornal, o irmão do Rei Carlos III já terá consulta uma equipa legal no sentido de inverter o acordo de 14,3 milhões de euros que negociou com a queixosa em fevereiro de 2022.

A decisão terá surgido depois de Giuffre ter deixado cair uma outra queixa de abuso sexual contra o advogado norte-americano Alan Dershowitz, admitindo que “talvez tenha cometido um erro” quando afirmou ter sido abusada pelo homem quando era adolescente. Em comunicado, revelado no passado mês de novembro, citado pela CNN, Virginia, que alegava que Epstein a traficara para Dershowitz entre 2000 e 2002, disse que era jovem nessa altura e que vivia num “ambiente muito stressante e traumático”. Dershowitz sempre negara a acusação. Em 2019, Giuffre processou-o sob pretexto de que ele a difamara ao negar as alegações e que pretendia apenas extorquir dinheiro. “Estou satisfeito que Virginia Giuffre tenha retirado todas as suas queixas contra mim e admitido que reconhece agora que pode ter cometido um erro ao me identificar”, disse o advogado àquele meio, quando este desfecho foi alcançado.

De acordo com o The Telegraph, que também dá conta dos planos, o príncipe André confia que estes “inesperados” desenvolvimentos depois de uma batalha de oito anos, na justiça e reputacional, levantam sérias dúvidas sobre a credibilidade de Virginia. Acredita-se que o duque de York queira força a queixosa a recuar e a exigir uma desculpa pública, cenários que poderão contribuir para o aguardado resgate das anteriores funções reais perdidas entretanto.

A imprensa britânica adianta ainda que o atual monarca não deverá opor-se a qualquer ação legal que André possa mover no sentido de limpar o seu nome de todas as acusações. “Isto não é uma questão de dinheiro”, defendeu uma fonte ao Mail. Ele procura um caminho de regresso a uma certa normalidade depois de um período de provação. Posso dizer com todo a segurança que a equipa do príncipe André está a ponderar todas as opções do ponto de vista legal”. Os próximos passos, continuam, passariam por justificar a tentativa de reverter o acordo, invocando razões como fraude ou um erro.

Os planos do duque são conhecidos depois de Ghislaine Maxwell, antiga companheira de Epstein que cumpre 20 anos de prisão numa cadeia da Florida, por tráfico de menores entre outras acusações, ter dado uma entrevista em que defende o “querido amigo” André. Maxwell garante que não apresentou Giuffre ao príncipe e que a famosa foto em que surgem juntos, que terá sido tirada na sua casa de Londres, em 2001, é falsa.

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