Era preciso recuar mais de três anos para encontrar uma vitória do futsal do Benfica. Aí, a 12 de janeiro de 2020, os encarnados venceram em Matosinhos o Sporting por 5-4 num encontro com cinco golos nos dez minutos finais e somaram a terceira Taça da Liga consecutiva, ultrapassando o número de triunfos do rival na nova competição do calendário nacional. A partir daí, mesmo chegando sempre à decisão, o resultado era sempre o mesmo: derrota. E foi assim no Campeonato, na Taça de Portugal, na Taça da Liga e na Supertaça, havendo ainda um desaire nas meias da Liga dos Campeões com o Barcelona quando tinha mais do que caminho aberto para bater os catalães. Agora, na “ressaca” de mais um desaire com o conjunto verde e branco para o Campeonato, surgia mais uma tentativa de chegar a um título. E o panorama mudou.

Benfica recupera de duas desvantagens, vence dérbi com Sporting e conquista terceira Taça da Liga consecutiva

Contra todas as expetativas, o Sporting, que desde esse último triunfo das águias somara nove troféus (entre eles uma Liga dos Campeões, a segunda da história depois da vitórias em 2019), adormeceu na meia-final com a Quinta dos Lombos, não foi a tempo de conseguir evitar o empate no tempo regulamentar (2-2) e caiu no desempate por grandes penalidades (5-4), abrindo caminho para uma teórica superioridade do Benfica na partida decisiva da Taça da Liga após golear o Sp. Braga/AAUM por claros 6-1. E a diferença nos duelos anteriores não podia ser mais significativa, com os encarnados a vencerem o conjunto de Carcavelos em 18 dos 19 encontros realizados (7-1 no único jogo entre ambos esta temporada) e a terem apenas um empate a um na longínqua época de 2015/16. Ter mais favoritismo seria complicado.

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“Fizemos um grande jogo. Em todos os momentos acho que os jogadores saíram muito mentalizados, sabíamos que não podíamos deixar o Sp. Braga/AAUM jogar de forma confortável e creio que conseguimos. Obrigámos praticamente cada jogada a passes muito complicados, tentámos pressioná-los para que não tivessem tempo de pensar. Queríamos marcar o ritmo de jogo e isso foi a chave. Marcámos nos momentos certos e foi uma grande vitória frente a uma grande equipa. Falta um último passo, há agora outra final que vai ser tão ou mais difícil porque o Quinta dos Lombos não nos vai facilitar a vida”, comentara o espanhol Pulpis, técnico do Benfica, depois da vitória com os minhotos e antes do duelo com a Quinta dos Lombos.

O conjunto de Jorge Monteiro, técnico de 52 anos que passou vários anos na formação do Sporting antes de sair para os Leões de Porto Salvo em 2017 e assumir o Quinta dos Lombos em 2018, iria ter pela frente o jogo de uma vida mas até o desgaste na partida com o Sporting se fez sentir, com o Benfica a conseguir confirmar o favoritismo e a quebrar o jejum de títulos na final em Gondomar, vencendo por 3-0 e conquistando a sua quarta Taça da Liga, igualando o registo dos leões na prova (foram as únicas equipas que ganharam) e juntando mais um troféu a uma Champions, oito Campeonato, sete Taças de Portugal e oito Supertaças com Rui Costa, presidente dos encarnados, entre os presentes no Pavilhão Multiusos de Gondomar.

A superioridade teórica dos encarnados demorou menos de um minuto a assumir uma dimensão prática, com Arthur a receber descaído na direita numa transição rápida para fazer o 1-0 de pé esquerdo aos 37 segundos. E o avanço na partida não demoraria muito mais, com Rocha a surgir de forma oportuna na área para desviar de primeira e aumentar para o 2-0 na sequência de uma reposição à direita, naquele que seria o resultado ao intervalo apesar das várias oportunidades para as duas equipas. Esse tinha sido também o filme do jogo com o Sporting e foi por isso que o Benfica voltou a ter uma entrada forte com hipóteses para fazer o 3-0 e quase fechar o encontro. Não conseguiu. E foi o Quinta dos Lombos, que passaria para o 5×4, a ter uma ocasião flagrante para reabrir a partida antes de Bruno Cintra marcar de baliza aberta e fechar o 3-0 (37′).