O primeiro foi Hugo Lloris, logo no início de janeiro. Dias depois, seguiu-se outro guarda-redes e outro campeão do mundo, Steve Mandanda. Agora, a máxima concretizou-se mesmo e garantiu que não existem duas sem três: com apenas 29 anos, Raphaël Varane anunciou esta quinta-feira que decidiu retirar-se da seleção francesa.
A ideia já tinha sido antecipada ao início da manhã pelo Le Parisien. Ainda assim, o jornal indicava que o central do Manchester United ainda estava a ponderar uma eventual participação no Euro 2024, já no próximo ano — algo que, tal como o comunicado do próprio Varane confirma, não vai acontecer.
“Tenho pensado nisto há vários meses e decidi que é a altura certa para reformar do futebol internacional. Quando era criança, lembro-me de seguir o Mundial de 1998, aquela equipa, aqueles jogadores que nos fizeram viver emoções indescritíveis. Sonhei em ser um dos nossos heróis e, 20 anos depois, vivi uma das melhores experiências da minha vida, que me deixou muito orgulhoso. Trouxemos a taça para casa! Nunca vou esquecer isso. Ainda sinto cada uma das emoções daquele dia, 15 de julho de 2018. Foi um dos momentos mais incríveis e memoráveis da minha vida”, escreveu o jogador, que ainda deixou uma palavra a Didier Deschamps e aos colegas de equipa.
“Vou sentir saudades destes momentos com vocês mas chegou a hora de a nova geração tomar conta. Temos um monte de jovens jogadores talentosos que estão prontos para assumir, que merecem uma oportunidade e que precisam de vocês”, concluiu Varane. O central despede-se ao fim de 93 internacionalizações, sendo que se estreou em março de 2013 contra a Geórgia num jogo de apuramento para o Mundial 2014. Conquistou o Mundial 2018, na Rússia, e a Liga das Nações de 2021.
Hugo Lloris anuncia fim da carreira ao serviço da seleção de França
De acordo com o Le Parisien, que adiantava a notícia nas primeiras horas da manhã, Varane decidiu deixar de representar França devido a algum cansaço físico e psicológico que tem vindo a sentir, para além da intenção de passar mais tempo com a família. Adicionalmente, a desilusão na final do Mundial, com a derrota com a Argentina e o escapar da renovação do título, deixou o jogador de 29 anos com a ideia de que já alcançou tudo o que poderia conquistar ao serviço de França.
Com a despedida do central, Didier Deschamps fica com um problema para resolver: a braçadeira de capitão. O jogador do Manchester United era o herdeiro natural de Lloris, que deixou a liderança da seleção sem dono quando ele próprio se retirou no início de janeiro, e vai agora precisar de um substituto. O fim da carreira internacional de Lloris, aliás, foi um dos incentivos para a decisão de Varane, que olhou para a saída do guarda-redes como a prova de que é hora de terminar uma geração e dar palco aos mais jovens.
Varane: o “ministro da defesa” francês que estudou Ciências Económicas e foi discípulo de Bölöni