O primeiro-ministro, António Costa, afirmou que, para Portugal, o envio de aviões de combate para a Ucrânia “não é uma linha vermelha”, mas que atualmente não é possível “dispensar os equipamentos que temos”. As declarações foram feitas no final do Conselho Europeu desta quinta-feira, que contou com a presença do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Questionado na conferência de imprensa após a reunião, que teve lugar às 3h (hora local, 2h em Lisboa), Costa esclareceu que não se opõe ao envio de aviões, como tem sido pedido por Zelensky, mas admitiu que Portugal está limitado nesta matéria. “Nós temos uma frota que temos empenhada em diferentes missões”, explicou o primeiro-ministro, nomeando as missões de defesa da integridade territorial nacional e os compromissos no âmbito da NATO. “Não podemos dispensar os equipamentos que temos”, afirmou.

Classificando o encontro em Bruxelas como “muito importante”, Costa explicou que o encontro bilateral que teve com o Presidente ucraniano serviu sobretudo para acertar o calendário do envio de armamento de Portugal para Kiev, “nomeadamente dos Leopard”.

Zelensky ficou naturalmente satisfeito com o compromisso dos Estados-membros”, acrescentou o primeiro-ministro, a propósito do envio de armamento para a Ucrânia.

O primeiro-ministro português informou também que na reunião foram abordados “os trabalhos que a Ucrânia vem desenvolvendo para preencher o conjunto dos requisitos que precisa para se poder avançar nas negociações sobre a adesão à União Europeia“, destacando o esforço do país nesta matéria enquanto enfrenta uma guerra. “Foi importante reafirmar a condenação desta guerra injustificada da Rússia contra a Ucrânia”, acrescentou Costa.

Sobre o presente oferecido ao chefe de Estado ucraniano pela delegação portuguesa — uma fotografia autografada de um mural feito pelo artista Vhils em Kiev —, Costa disse que tinha como objetivo “afirmar a arte como um elemento para enfrentar a guerra”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR