A juíza Cármen Lúcia, do Tribunal Superior Eleitoral do Brasil, garantiu esta terça-feira em Lisboa que a “justiça eleitoral brasileira é a candeia que não vai deixar apagar a democracia”, a propósito da violência de 8 de janeiro em Brasília.
Cármen Lúcia, que intervinha na sessão de abertura de um debate organizado na Assembleia da República pela Comissão Nacional de Eleições sobre ‘fake news’ e o uso de Inteligência Artificial nas eleições, citou o poeta Manuel Alegre no poema “Trova do Vento que Passa” quando se referiu aos acontecimentos ocorridos em Brasília, quando “criminosos” — como se lhes referiu —, tentaram subverter a escolha dos eleitores.
Apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram as sedes do poder executivo, legislativo e judicial, na capital brasileira, numa tentativa de derrubar o Governo de Luiz Inácio Lula da Silva, tendo mais de mil pessoas sido detidas.
Estamos num momento em que há desafios com os quais nunca tínhamos lidado”, destacou a juíza, que também pertence ao Supremo Tribunal Federal, referindo-se “à velocidade com que são propagadas mentiras e desinformação”, muitas vezes, realçou, “com o linchamento moral de pessoas” e o “sequestro das liberdades”.
Para Cármen Lúcia, “a mentira, a desinformação, que pode envolver a democracia, compromete a liberdade dos cidadãos em escolherem os seus representantes”.
Quanto ao que se pode fazer, Cármen Lúcia defende a aposta na educação porque, sublinha, “a soberania reside no povo”.