A presidente e o vice-presidente do Eixo Atlântico instaram esta sexta-feira o governo espanhol a pedir estudos sobre “o troço que falta” na ferrovia de alta velocidade que ligará a Galiza a Portugal, segundo uma carta enviada a Madrid.

Na missiva enviada à ministra espanhola dos Transportes, Mobilidade e Agenda Urbana, Raquel Sánchez Jiménez, os responsáveis do Eixo Atlântico, tanto a alcaidessa de Lugo, Lara Méndez, como o presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, pedem informação sobre qual a previsão “para licitar o estudo informativo prévio do troço que falta” para ligar a ferrovia de alta velocidade a Portugal, ou seja, a ligação Porriño — Tui (junto à fronteira portuguesa), na Galiza.

Em causa está o primeiro passo necessário, em Espanha, para se dar início a uma obra pública, e que já foi dado no caso da saída sul de Vigo, no final de 2022, e é uma parte necessária para o projeto de alta velocidade Lisboa — Porto — Vigo, cuja conclusão se aponta para 2030.

O projeto de alta velocidade ferroviária entre Lisboa, Porto e Vigo foi apresentado na estação portuense de Campanhã em setembro de 2022, e conta com ligações ao aeroporto Francisco Sá Carneiro, a Braga, a Valença e ao resto da rede ferroviária nacional.

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Tanto Lara Méndez como Ricardo Rio relembram que “não está licitado todo o percurso mas apenas a primeira fase“, precisamente a saída sul de Vigo, sendo a falta do pedido para o estudo do segundo troço uma situação que “preocupa” os autarcas.

O atraso em licitar poderá pôr em risco o objetivo, que partilhamos com o Governo português, de que exista uma linha de alta velocidade entre Ferrol — Corunha e Lisboa”, alertam os responsáveis do Eixo Atlântico.

Segundo o secretário-geral da organização, Xoán Vásquez Mao, citado num comunicado de imprensa, “isto pode levar ao absurdo de que não se faça tudo o que é necessário por falta de financiamento enquanto se devolve o dinheiro à Europa por falta de gestão“.

Os dois responsáveis máximo do Eixo aproveitaram também para pedir informação “sobre o troço Ferrol — Betanzos — Corunha, troço da maior importância para ligar os dois portos de águas profundas da Galiza e cidades da relevância da Corunha e Ferrol, com a rede europeia através de Lugo”.

O troço é também importante para completar a ligação que outrora “foi aprovada pelo governo espanhol e que ainda se denomina Ferrol — fronteira portuguesa”, segundo o Eixo Atlântico.

O Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular é uma organização de cooperação transfronteiriça que reúne 39 municípios do Norte de Portugal e da Galiza, fundada em 1992.