Guillaume Cartier, novo chairman da Nissan Europa para as regiões AMIEO (África, Médio Oriente, Índia, Europa e Oceania), revelou que o construtor japonês prepara um reforço rápido e em massa da sua oferta de veículos eléctricos. Depois de ter lançado o Leaf em 2010 e se ter mantido apenas com este modelo a bateria no mercado até 2022, ano em que introduziu o Ariya, o construtor japonês prepara o lançamento de mais três SUV entre 2025 e 2027.
Confirmando que a Nissan pretende atingir a meta de 50% das suas vendas globais apenas com veículos eléctricos em 2030, Guillaume Cartier avança que, para este objectivo ser possível, é necessário reforçar rapidamente a gama de modelos 100% a bateria, o que incluirá também um novo Micra, concebido sobre a mesma plataforma que vai servir o Renault R5, bem como um novo Leaf, a terceira geração que deverá recorrer à base que hoje é utilizada para os Nissan Ariya e Renault Mégane E-Tech. Mas antes disso, a aposta recairá em três novos SUV, precisamente os que disputam os dois segmentos mais importantes na Europa, o B dos veículos utilitários (o mais importante em países como Portugal), e o C, o dos compactos, que inclui os modelos familiares compactos, os preferidos dos principais mercados europeus.
Guillaume Cartier assegurou, numa entrevista aos britânicos da Autocar, que a Nissan colocará no mercado entre 2025 e 2027 as versões 100% eléctricas do Qashqai, X-Trail e Juke, que vão montar baterias mais eficientes do que as actuais, capazes de ser recarregadas a 400 kW, o que implica sistemas a 800 V. Isto porque o construtor nipónico não espera que as baterias sólidas estejam disponíveis antes de 2028.
Os novos Qashqai, X-Trail e Juke vão ser construídos sobre as novas plataformas específicas para modelos eléctricos da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, com a CMF-EV do Ariya e Mégane E-Tech a passar igualmente a servir de base para o Qashqai e X-Trail. Já o novo Juke a bateria recorrerá à plataforma CMF B-EV, a mesma que já em 2024 surgirá sob o R5 eléctrico. Contudo, Guillaume Cartier garante que os novos SUV eléctricos não impedirão a Nissan de continuar a oferecer as actuais versões com motor de combustão. Pelo menos, até Bruxelas permitir a sua comercialização – que terminará em 2035 –, ou os clientes manifestarem vontade em adquiri-las.
