Fernando Medina desmente que tenha estado envolvido num esquema para viciar regras de contratação pública na Câmara de Lisboa, como terá indicado o histórico socialista Joaquim Morão num depoimento noticiado esta segunda-feira pela TVI.

Em resposta enviada ao Observador, o ministro das Finanças responde assim à notícia sobre o seu “alegado envolvimento” nesse processo de consultas para a contratação do histórico socialista Joaquim Morão: “Não tenho conhecimento de quaisquer alegações que, a existirem, são totalmente falsas”.

Segundo a notícia da TVI, Morão, contratado em 2015 pela autarquia (durante o mandato de Fernando Medina) para fazer a “gestão das obras públicas” na capital, já prestou um depoimento em que implicará o atual ministro das Finanças numa “auscultação simulada” de empresas de um amigo do empresário, em Castelo Branco, que nunca tinham tido atividade relacionada com obras públicas, com base em “convites fictícios” para integrarem o concurso.

Segundo o mesmo canal, Medina terá sido “denunciado” pela forma como terá pedido a Morão que “apoiasse o processo” para que este parecesse legal.

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Em causa estarão suspeitas de participação económica em negócio e abuso de poder, depois de terem sido ouvidos vários dos protagonistas do caso já na qualidade de arguidos.

A contratação de Morão ficou confirmada num despacho de 5 de junho de 2015 assinado por Medina. No final de janeiro, numa conferência de imprensa convocada pelo atual ministro das Finanças depois de terem sido noticiadas buscas no departamento de Urbanismo da Câmara de Lisboa, Medina dizia ter contratado, afinal, Morão por ajuste direto (na verdade, nomeou-o). E acrescentava: “Fui eu que o escolhi”.

No mesmo dia, Medina anunciou que iria pedir à Procuradoria-Geral da República para ser ouvido no âmbito deste inquérito, que foi aberto em 2018 e também envolve suspeitas de financiamento ilícito do PS.