Quando a vitória por 2-0 no jogo da 22.ª jornada da Primeira Liga, diante do Vizela, já estava praticamente garantida, o treinador do Benfica, Roger Schmidt, foi atingido por uma garrafa de água que veio da bancada, entrando no relvado. O alemão pegou nela e devolveu-a à zona de onde o objeto foi arremessado. O árbitro do encontro, Nuno Almeida, chamou Schmidt e mostrou-lhe o cartão vermelho. Ao dirigir-se ao balneário, fez com os dedos os números do resultado, dirigindo-se aos adeptos da casa.

“Tive uma reação exagerada às provocações dos adeptos que estavam por trás de mim. Isso não é permitido. Aceito o cartão vermelho”, resignou-se o treinador.

Tudo isto aconteceu depois de um jogo em que o Benfica sofreu para vencer. A quantidade de ações que o Vizela teve na área adversária – 23, mais duas do que os encarnados – pode ajudar a explicar os sobressaltos que a equipa da Luz viveu. Os minhotos conseguiram nove remates, três deles enquadrados, e acertaram duas vezes nos ferros da baliza à guarda de Odysseas.

“Ainda não tínhamos tido um jogo como este na temporada. Ganhámos sempre sendo uma equipa muito melhor, criando muito mais oportunidades. Hoje, foi equilibrado. O Vizela podia ter ganhado o jogo”, continuou.

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Os encarnados chegaram à sexta vitória consecutiva no campeonato. Ao invés, os vizelenses quebraram o ritmo que levavam nos jogos em casa que os tinha feito conseguir estar cinco jogos seguidos sem perderem quando jogavam no próprio reduto.

“Eles podiam ter marcado mais do que uma vez, mas nós também tivemos momentos em que podíamos ter marcado mais do que uma vez. Tenho uma explicação para isso: Vizela. Eles estiveram muito bem, tentaram jogar para a frente, ganharam muitas segundas bolas, foram diretos a atacar a baliza, são rápidos na frente e demonstram bom futebol no meio-campo. Essa foi a razão. O adversário esteve em forma e acreditou em si próprio. Se não matas o jogo eles vão acreditar”, assumiu o alemão.

Depois de um jogo com o Boavista em que o Benfica conseguiu colocar-se em vantagem tarde no encontro, Roger Schmidt voltou a destacar os problemas que a equipa viveu. “Foi um jogo muito difícil para nós. Foi o que esperávamos antes do jogo. O Vizela mostrou que é muito difícil jogar contra eles, são corajosos e bons em transição. Precisámos de um pouco de sorte em alguns momentos. Marcámos na primeira parte. Não foi o jogo perfeito para nós, mas temos que ganhar os jogos difíceis”.