Começou com uma “tática virtual” de 4x3x3, foi passando com os anos para um 3x3x4. Razão? Quando se olha para todos os votos de capitães, selecionadores e jornalistas de cada país registado na FIFA, os médios ofensivos e sobretudo os avançados têm um peso esmagador. Assim, e em vez de Ronaldo, Messi e mais um passou a haver um Ronaldo, Messi e mais dois. Desde que houve a separação entre a France Football (que tem a Bola de Ouro) e o órgão que tutela o futebol mundial, em 2015, foi sempre dessa forma. Em 2016, em 2017, em 2018, em 2019, em 2020, em 2021. Agora, manteve-se a tática, mudaram os protagonistas. Ou, neste caso, um protagonista: Ronaldo. Pela primeira vez, o português não esteve no Melhor Onze do ano conhecido na gala The Best. Agora, sabe-se que pela primeira vez o português não teve sequer um voto.

Prémios The Best. Argentina ganha melhor jogador, treinador e guarda-redes (até adeptos), Cancelo no Melhor Onze sem Ronaldo

A informação foi revelada depois de a FIFA ter dado a conhecer todas as votações de capitães, selecionadores e jornalistas e cada país, algo que aconteceu apenas no final da gala realizada em Paris e que teve também no Melhor Onze de 2022 a única representação nacional: depois de Rúben Dias e Ronaldo, João Cancelo, lateral que trocou em janeiro o Manchester City pelo Bayern, foi um dos três defesas eleitos a par de Virgil Van Dijk e Hakimi numa equipa que contou ainda com Courtois, Casemiro, Modric, Kevin de Bruyne, Lionel Messi, Kylian Mbappé, Benzema e Haaland, sendo que aquele que foi considerado o melhor guarda-redes do ano, Emiliano Martínez, ficou também de fora das opções do Melhor Onze do ano feito a partir dos votos endereçados à FIFA. E com outra particularidade: Ronaldo não só não entrou como… não votou.

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Ao contrário do que tem sido habitual, foi Pepe e não o agora jogador do Al Nassr a escolher os três nomes para a votação de 2022, sendo que o central que cumpriu este domingo 40 anos teve a particularidade de deixar de fora Lionel Messi em detrimento de Kylian Mbappé, Luka Modric e Karim Benzema. Ao invés, Roberto Martínez, espanhol que assumiu o comando técnico da Seleção após o Campeonato do Mundo, votou no argentino na primeira posição, seguindo-se Kevin de Bruyne e Mbappé. Vítor Serpa, o jornalista que representou Portugal nesta votação, colocou no pódio os três finalistas: Messi, Benzema e Mbappé.

Tal como Pepe, também Fernando Santos, que votou na condição de técnico da Polónia, optou por Kylian Mbappé como vencedor, colocando nos lugares seguintes Messi e o seu agora jogador Lewandowski. Entre outros portugueses em seleções estrangeiras, Pedro Gonçalves (Angola) e Hélio Sousa (Bahrain) escolheram Messi, Mbappé e Benzema, ao passo que Rui Vitória (Egito) colocou Salah à frente de Messi e Mbappé. Rui Bento (Koweit) optou por Benzema, Mbappé e Messi, enquanto Orlando Costa (Barbados) foi por Messi, Mbappé e Modric. José Peseiro (Nigéria) deixou Mbappé fora do pódio com Benzema, Messi e Kevin de Bruyne, Paulo Duarte (Togo) deixou Messi de lado com Mbappé, Salah e Vinícius Júnior.

Entre os três primeiros classificados, Lionel Messi escolheu enquanto capitão da Argentina Neymar como vencedor seguido de Mbappé e Benzema, ao passo que Hugo Lloris, capitão da França, optou por uma ordem diferente com Mbappé, Benzema e Messi. Entre os treinadores, Scaloni votou não só em Messi mas também em Julián Álvarez e Modric, ao passo que Deschamps “repetiu” a votação do seu guarda-redes. A nível de pontuações, Messi ficou com 52 pontos, mais oito do que Mbappé e mais 18 do que Benzema. Seguiram-se Modric (28), Haaland (24), Sadio Mané (19), Julian Álvarez (17), Hakimi (15), Neymar (13) e Kevin de Bruyne (dez) no top 10 da classificação final. Olhando apenas para os votos recebidos na primeira posição, e deixando de fora os três do pódio, Mané teve dez eleições, seguido por Haaland (seis) e Álvarez (quatro, um deles do selecionador espanhol Luis de la Fuente). Vinícius Júnior, Salah e Jude Bellingham também tiveram três triunfos cada, sendo que o jogador do Liverpool votou no brasileiro do Real.