A MUBi – Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta considerou esta quarta-feira que o Plano Ferroviário Nacional, cuja consulta pública terminou na terça-feira, “ignora por completo” a intermodalidade com os modos de mobilidade ativa, como a pedonal e a ciclável.

Lamentavelmente, a proposta colocada em consulta pública ignora por completo a intermodalidade da ferrovia com a mobilidade ativa”, pode ler-se num comunicado desta quarta-feira da MUBi enviado à Lusa.

A MUBi submeteu, no âmbito da consulta pública do plano, um contributo referindo que o Plano Ferroviário Nacional (PFN) “deverá obrigatoriamente articular-se com outras estratégias nacionais de transportes e mobilidade sustentável, nomeadamente a Estratégia Nacional para a Mobilidade Activa Ciclável 2020-2030 e a Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa Pedonal 2030″.

A associação quer ainda uma ligação aos “planos locais de mobilidade”, aos “instrumentos estratégicos nacionais em outras áreas, nomeadamente ambiental e climática, saúde pública e desenvolvimento sustentável”.

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É ainda recomendado que o desenvolvimento do plano “promova a realização e implementação de Planos de Mobilidade Urbana Sustentável por todos os municípios com estações ferroviárias nos seus territórios”.

Segundo a MUBi, o plano deve promover, “por exemplo, a eliminação ou redução do estacionamento automóvel junto às estações ferroviárias em áreas urbanas densas, a acessibilidade em modos ativos e transportes coletivos e a intermodalidade do comboio com estes”.

Quanto a recomendações operacionais, a MUBi defende que o PFN deve implementar “rapidamente” medidas como “investir no conforto e segurança do espaço público em torno das estações”, instalar “estacionamentos para bicicletas nos interfaces, seguros e cobertos”, “melhorar a acessibilidade no acesso aos comboios”, como rampas para bicicletas nos degraus, e implementar sistemas de bilhética com títulos específicos para bicicletas, para “não deixar ao arbítrio dos revisores a possibilidade de a transportar no comboio”.

A MUBi sugere ainda a “possibilidade de levar bicicletas em todos os comboios“, incluindo Alfa Pendular, a existência de “mais lugares de bicicletas nas carruagens” e a implementação de “um sistema de bicicletas partilhadas“, à semelhança do que acontece nos Países Baixos.

É ainda defendido pela associação a criação de “categorias de bicicleta“, equiparando “o transporte de bicicletas dobráveis como bagagem pessoal, como uma mala”, bem como uma adaptação da “ergonomia dos equipamentos dentro dos vagões/carruagens”, de forma a “permitirem espaçamento para levar as bicicletas”.

O Plano Ferroviário Nacional, coordenado pelo atual secretário de Estado das Infraestruturas, Frederico Francisco (tomou posse em 4 de janeiro deste ano), foi apresentado em novembro de 2022.