Além dos 1,4 milhões de euros em numerário que o esquema do saco azul do Benfica terá gerado e que levaram à acusação de fraude fiscal e falsificação de documento contra Luís Filipe Vieira e outros responsáveis benfiquistas, há mais 470 mil euros que continuam sob suspeita.
O Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa extraiu uma certidão para abertura de um inquérito autónomo por suspeitas da alegada “prática de crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais”, lê-se no despacho de acusação a que o Observador teve acesso.
Vieira acusado de criar esquema de faturação falsa para gerar 1,4 milhões de euros em dinheiro vivo
Desta vez não é o Benfica que está no centro das suspeitas. José Bernardes, sócio gerente da empresa Questão Flexível, Ld, é o visado das suspeitas.
Estão causa 716 movimentos feitos entre 1 de agosto de 30 de julho de 2017 que geraram levantamentos em numerário no valor total de 469.570, 39 euros.
E como foi possível chegar a esses levantamentos em dinheiro vivo? Os 716 movimentos terão sido feitos através de 13 cartões bancários de bancos angolanos que terão permitido o levantamento em caixas multibanco. Tais cartões “foram muitas vezes utilizados mais do que uma vez no mesmo dia, com a diferença de poucos minutos”, enfatiza o procurador Hélder Branco dos Santos no despacho.
O DIAP de Lisboa visa Bernardes e a sua sociedade Questão Flexível nestas suspeitas e expediu uma carta rogatória para Angola para tentar identificar os titulares dos cartões bancários. O despacho de acusação do caso do saco azul não deixa claro sobre se as autoridades angolanas enviaram a informação.