Surpreendentemente, os copos de alguns adeptos com bilhete para a primeira fila da Allian Arena estavam pousados no alto do banco de suplentes de Julian Nagelsmann ainda cheios de cerveja perto do final do encontro. Por decifrar, está a estratégia usada pelos proprietários dos mesmos para não derramarem o líquido na altura dos festejos do golo que praticamente garantiu nova vitória ao Bayern Munique diante do Paris Saint Germain e carimbou a passagem dos bávaros aos quartos de final. Talvez nas celebrações do segundo tenham ficado vazios.
Cada cêntimo investido no Paris Saint-Germain nos último anos teve como objetivo ganhar a Liga dos Campeões. O Bayern Munique, que distribuiu no tempo a construção da sua grandeza ao contrário do adversário francês que cresceu exponencialmente e subiu ao nível dos candidatos a vencer a Champions impulsionado pelos milhões, arruinou na final de Lisboa as aspirações dos parisienses conseguirem esse feito. Este era por isso um duelo pessoal que trazia associados episódios do passado que faziam borbulhar a vontade de ganhar. O vencedor foi o mesmo e, de novo, os alemães deitaram por terra velhas ambições do adversário.
Num já longo historial de confrontos entre as duas equipas, Bayern e PSG dividiam entre si as vitórias no número de confrontos — seis para cada lado –, mesmo que os alemães tivessem vencido o mais importante. Ainda assim, a última eliminatória entre ambos os conjuntos terminou com a passagem da equipa da capital francesa às meias-finais da liga milionário em 2020/21.
Coman s’appelle o papão do PSG? É Kingsley, o herói do Bayern quando é preciso ganhar aos franceses
Kylian Mbappé recuperava da lesão e, tal como o próprio admitiu mais tarde, não estava em condições para ir a jogo quando se jogou a primeira mão. Mesmo debilitado, o impacto do francês foi imediato assim que entrou. Apesar de tudo, o Bayern já ganhava por 1-0 e, mesmo com o internacional francês no relvado, conseguiu segurar a vitória que, apesar de ser pela margem mínima, era suficiente para entrar em vantagem no segundo jogo.
A contar com o que o Mbappé pudesse fazer a jogar como titular — era uma evidência que, totalmente recuperado, seria incluído no onze de Galtier –, o treinador do Bayern, Julian Nagelsmann, deixou João Cancelo no banco e optou por uma solução mais defensiva para o lado direito da defesa como é o caso de Stanisic. O PSG, tendo apostado num sistema de três centrais, utilizou de início Danilo, Nuno Mendes e Vitinha, enquanto Renato Sanches foi suplente.
“Temos de jogar muito mais do que fizemos no jogo da primeira mão. Vamos poder contar com a presença do Kylian que pode dar profundidade e ritmo à equipa”, confirmou Galtier antes do encontro. O problema passou a ser outro: a ausência de Neymar para o resto da época.
A partida durante a qual Messi chegou aos 150 jogos na Liga dos Campeões, registo que é apenas superado por Cristiano Ronaldo e Iker Casillas, não ficou a dever às expectivas que estavam criadas, pelo menos no que ao desempenho dos bávaros diz respeito. O corredor central estava congestionado e era nos corredores exteriores que existia espaço para manobrar. O PSG tinha vertigem dos dois lados com Nuno Mendes e Hakimi sempre prontos a dispararem para a frente. Ainda assim, e mesmo que só um dos laterais, no caso, Alphonso Davies, é que oferecesse verticalidade, o Bayern dominava. Daí nasceu a ocasião em que Musiala obrigou Donnarumma a uma defesa milagrosa.
Se um guarda-redes brilhava, o outro comprometia. Yann Sommer errou e a bola acabou nos pés de Vitinha. O português rematou para uma baliza aberta, mas De Ligt, como um bom central deve fazer, duvidou até do colega de equipa e antecipou o erro do suíço. O neerlandês, de carrinho, chegou a tempo de cortar a bola em cima da linha de golo.
As lesões têm assolado o PSG esta temporada. Marquinhos esteve em dúvida para o encontro por queixas na zona lombar. As dores regressaram aos 36 minutos. O central brasileiro foi substituído por Mukiele. O jogo foi para intervalo e, inesperadamnete, quando as equipas regressaram do balneário, Galtier substituiu… Mukiele por Bitshiabu.
O Paris Saint Germain estava obrigado a arriscar, com tudo o que isso pode ter de penalizador para quem o faz. Marco Verratti tentou receber um passe junto da sua própria área com os apoios paralelos à baliza. O médio foi presa fácil para Goretzka que lhe roubou a bola e a entregou para Chupo-Moting (61′) abrir o marcador. O avançado vingara assim o golo anulado dez minutos antes quando cabeceou para o fundo das redes, mas Muller teve uma intervenção que obrigou a equipa de arbitragem de Daniele Orsato — que apitou a final entre os dois emblemas — a anular o lance.
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Aguentar emocionalmente algumas ameaças de Sergio Ramos na sequência de cantos foi o suficiente para garantir a segurança suficiente para o Bayern partir para o 2-0. Com poucos minutos de jogo, João Cancelo ainda foi a tempo de assistir Gnabry (89′) que fechou as contas uma vez que Sadio Mané viu um anulado o tento que daria contornos de goleada ao resultado. No agregado das duas mãos, os bávaros vencerem a eliminatória com três golos sem resposta a segurarem o apuramento para os quartos de final, fase em que foram eliminados nas duas épocas anteriores.
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