O gabinete de arquitetura Oporto Office ganhou o concurso internacional para projetar a sede de um canal de televisão em Tirana, na Albânia, que pretende ser um “edifício icónico” e “o farol” da nova fase crescimento da cidade.
Em declarações à Lusa, um dos fundadores do Oporto Office for Design and Architecture (OODA), Diogo Brito, salientou a importância deste projeto para o crescimento e internacionalização do gabinete e “o peso” de serem do mesmo país que os dois vencedores do Prémio Pritzker, considerado o mais importante galardão de arquitetura, Eduardo Souto de Moura e Álvaro Siza Vieira.
A nova sede da Klan TV, uma operadora privada de televisão albanesa, vai ocupar uma área de 10 mil metros quadrados numa área de Tirana, a capital do país, “que assiste a um crescimento exponencial”, e o projeto inspira-se “num conjunto de bobinas de filme e nas características da arte e arquitetura locais”.
Nós fomos convidados a participar neste concurso internacional, o que por si já é muito positivo, e acabámos por ganhar. Pelo que percebemos, o que nos distinguiu dos demais foi termos projetado um edifício que responde ao programa que era pedido, no que toca a funcionalidade, e pela figura que remete para o imaginário do cinema, da televisão”, explicou o arquiteto.
Um dos objetivos do projeto é, salientou, “que este seja um edifício icónico na arquitetura local e que se torne uma espécie de farol da nova fase de crescimento da cidade”.
Ainda sem data definida para começar a construção da que será a nova sede da Klan TV, Diogo Brito explicou que agora segue-se uma segunda fase do projeto: “É a fase da consolidação, de maturação do processo e do conceito. Depois há a fase da parceria com arquitetos locais, porque são quem conhecem o funcionamento de licenças, fornecedores, por exemplo”, referiu.
Para o OODA, que tem 45 projetos em curso e mais de meio milhão de metros quadrados em construção, a distinção neste concurso internacional “é um marco” na história do gabinete, e Diogo Brito disse esperar “que seja também sinónimo” do crescimento da empresa.
Para a escala portuguesa somos um gabinete já com visibilidade, mas queremos expandir-nos. Já temos a nossa marca no Brasil, nos Estados Unidos, no Zimbabué e na China. Mas este é sem dúvida o nosso primeiro grande projeto internacional, até pela ressonância mediática que tem”, afirmou.
O arquiteto reconheceu ainda “o peso” de representarem um país que tem “uma forte marca” na arquitetura ao ter dois vencedores do Prémio Pritzker, Eduardo Souto de Moura e Álvaro Siza.
A nossa escola é a do Porto, crescemos com Souto Moura e Siza Vieira como referências e na onda do sucesso destes dois grandes nomes mas também somos uma nova geração e queremos criar a nossa linguagem, queremos mostrar a nossa visão, encontrar em cada projeto as melhores perguntas e arranjar as melhores respostas”, salientou.
O OODA foi fundado em 2010 por Diogo Brito, Rodrigo Vilas-Boas, Francisco Lencastre, João Jesus e Julião Pinto Leite, contando atualmente com mais de 60 pessoas a trabalhar nos seus projetos.