As fundações EDP e de Serralves anunciaram esta terça-feira terem terminado as negociações que mantinham há ano e meio com vista a uma parceria entre as duas entidades, que vai consistir na “promoção de iniciativas conjuntas”. Assim, o MAAT já não vai ser tutelado pela Fundação de Serralves, como chegou a ser anunciado. O jornal ECO, citando “fontes que conhecem as negociações”, adianta que o acordo “foi revisto… e diminuído” e que “o MAAT e a Central Tejo continuarão sob gestão da Fundação EDP”.

Num comunicado de quatro parágrafos, as duas fundações indicaram que foi acordado “o desenvolvimento de projetos em conjunto nos espaços que gerem, nomeadamente o Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (MAAT) e a Central Tejo, em Lisboa, e o Museu, a Casa, o Parque de Serralves e a Casa do Cinema Manoel de Oliveira, no Porto, orientados para a promoção da arte contemporânea, da arquitetura e da ciência”.

“Nesse sentido, nos próximos anos, a Fundação EDP irá apoiar anualmente uma grande exposição em Serralves, começando desde já por apoiar a grande exposição dedicada à obra de Carla Filipe, que inaugurará neste mês no Museu de Serralves.

Está também prevista a apresentação de algumas iniciativas de Serralves no MAAT e na Central Tejo, numa colaboração que se prevê estender-se nos próximos anos, com outras exposições e programas a divulgar”, pode ler-se no comunicado.

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Desta forma, as duas fundações tornam público que terminaram “as conversações que vinham mantendo com vista ao estabelecimento de uma parceria para a gestão do Campus Cultural da Fundação EDP”.

“A colaboração entre as duas fundações irá agora desenvolver-se através da promoção de iniciativas conjuntas, com a ambição de dinamizar a programação cultural no país e a nível internacional”, acrescentou o mesmo texto.

Em novembro de 2021, as duas fundações anunciaram terem assinado um memorando de entendimento que estabelecia “uma parceria de longo prazo” para o ‘campus’ cultural da Fundação EDP em Lisboa, que passava a ser gerido por Serralves.

Desde então, nenhuma das duas fundações divulgou detalhes sobre o memorando, nem valores envolvidos, nem informação sobre como seria feita a programação artística.

Um mês depois desse anúncio, a Associação de Artistas Visuais Portugueses manifestou desagrado perante a “perspetiva alarmante” de a Fundação de Serralves e espaços da Fundação EDP como o MAAT, em Lisboa, “partilharem da mesma programação homogénea”.