O Chega requereu esta terça-feira a audição no parlamento da ministra da Defesa Nacional, na sequência da notícia de que 13 militares se recusaram a embarcar num navio da Marinha, invocando falta de condições de segurança.

No requerimento enviado esta terça-feira à agência Lusa e endereçado ao presidente da Comissão Parlamentar de Defesa Nacional, o Grupo Parlamentar do Chega propõe a audição da ministra Helena Carreiras e do chefe do Estado-Maior da Armada, almirante Henrique Gouveia e Melo, com caráter de urgência e “à porta fechada se necessário”.

Não sendo a primeira vez que são reportados casos graves e persistentes de avarias nos navios da Marinha, como foi o caso ocorrido num dos motores da Fragata Bartolomeu Dias (F 333), e sendo do conhecimento público que a Marinha este ano terá menos 33 milhões de euros para manutenção de navios (um défice de 41% face às necessidades), importa esclarecer qual é o real estado dos navios da Marinha Portuguesa e as reais necessidades financeiras necessárias para que situações” como esta “não se voltem a repetir”, sustenta o Chega.

O partido considera que “estas situações gritantes, infelizmente cada vez mais recorrentes, de escassez de meios e recursos financeiros nas Forças Armadas, para além de colocar em causa a Defesa Nacional, geram cada vez mais uma enorme desconfiança e descrédito perante os nossos parceiros e aliados”.

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Mais de uma dezena militares do navio NRP Mondego, que se encontra na Madeira, recusaram-se no sábado a embarcar para cumprir uma missão, invocando falta de condições de segurança. A Marinha considerou que os 13 operacionais “não cumpriram os seus deveres militares, usurparam funções, competências e responsabilidades não inerentes aos postos e cargos respetivos” e adiantou que os “factos ainda estão a ser apurados em detalhe, e a disciplina e consequências resultantes serão aplicadas em função disso”.

De acordo com um documento elaborado pelos 13 militares em questão, a que a Lusa teve acesso, no sábado à noite o NRP Mondego recebeu ordem para “fazer o acompanhamento de um navio russo a norte do Porto Santo“, numa altura em que as previsões meteorológicas “apontavam para ondulação de 2,5 a 3 metros”.

De acordo com a Marinha, essa missão de acompanhamento não foi cumprida.