Não há limites para a capacidade que alguns indivíduos revelam em impressionar (e assustar) transeuntes e outros condutores, além de desafiar os agentes da autoridade. Conduzir demasiado depressa onde os outros passeiam a ver as vistas é descabido e perigoso, colocando toda a gente em risco. Mas abusar da sorte a ponto de capotar na via pública, para mais numa das curvas mais famosas do mundo, promete entrar no Guinness da… irresponsabilidade.

O palco escolhido para esta exibição de falta de dotes para a condução, bem como a total ausência de senso comum, foi a apertada curva do Hotel Fairmont, que até 1998 foi conhecida como o gancho do Hotel Loews, uma das mais conhecidas (e lentas) do circuito monegasco, que os Fórmula 1 descrevem a 65 km/h. Só que em vez de um F1 largo, baixo e equipado com pneus enormes e de borracha macia, o atrevido condutor que se despistou optou por se deslocar num quadriciclo, tipo de veículo que é popularmente conhecido como “mata-velhos”. Em concreto, um Citroën Ami, modelo eléctrico extremamente barato, mas alto, estreito e com pneus duros para esticar a autonomia.

https://twitter.com/WorldBollard/status/1634901898074685440?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1634901898074685440%7Ctwgr%5E6bedceaeb48029ca8589554187d95e1f84a8f1f9%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.carscoops.com%2F2023%2F03%2Ftry-not-to-laugh-as-citroen-ami-rolls-at-monacos-most-famous-corner%2F

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Embora o Ami esteja equipado com um motor de 8 cv alimentado por uma bateria com 5,5 kWh, limitado a 45 km/h, o condutor aproveitou a descida entre a curva Mirabeau e o gancho de Fairmont para garantir pelo menos a velocidade máxima do modelo. Os vídeos revelam que o condutor fez várias tentativas, até que finalmente conseguiu capotar o pequeno Ami, felizmente sem atropelar ninguém e praticamente sem danos, além dos “riscos” no orgulho.

Igualmente curioso é o facto de os “mata-velhos” serem conhecidos pelo seu mau desempenho nos crash-tests levados a cabo pelo Euro NCAP, organismo europeu que analisa a protecção aos ocupantes em caso de acidente. Mas o Ami surpreendeu porque, mesmo depois de capotar e de embater com o tejadilho num dos pilares que impedem os condutores mais optimistas de chegar ao Hotel Fairmont quando se distraem, aparentemente não sofreu grandes danos.

Interessante deverá ter sido a conversa do condutor com os polícias do principado, que não hesitam em admoestar e multar quem atira para o chão o invólucro de um chocolate ou um maço de tabaco vazio. Assim sendo, é fácil imaginar o que vai acontecer a este ás do volante, que decidiu colocar em risco não só os habitantes do Mónaco, como milhares de turistas que regularmente visitam o principado da família Rainier.