As exportações portuguesas de têxteis e vestuário aumentaram 5% em valor no mês de janeiro, face ao mesmo período de 2022, somando 518 milhões de euros, apesar de terem recuado 12% em volume, divulgou esta sexta-feira a associação setorial.
Apesar de uma conjuntura desfavorável, com uma redução significativa da procura internacional, os resultados das exportações de têxteis e vestuário, em janeiro de 2023, não foram tão negativos quanto se esperava”, avança a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) em comunicado.
Embora assumindo que “existe um efeito da inflação e do aumento do custo produtivo nestes resultados”, a associação diz acreditar que, “em muitos casos”, estará também em causa “um aumento de valor acrescentado nos produtos exportados“.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) tratados pela ATP, “em volume registou-se uma redução de 12% face ao mês homólogo do ano anterior, tendo sido, em termos absolutos, os produtos incluídos na categoria ‘pastas, feltros e falsos tecidos, fios especiais, cordéis, cordas e cabos e artigos de cordoaria’ os que registaram maior quebra (menos 2.426 toneladas, equivalente a -19%).
Ainda em volume, os artigos que registaram maior subida foram os ‘tecidos de malha‘ (mais 302 toneladas, equivalente a +12%).
Em valor, o setor exportou 518 milhões de euros de têxteis e vestuário em janeiro, o que representa um crescimento de 5%, ou 23 milhões de euros, face ao valor exportado no mesmo mês de 2022.
Segundo a ATP, “os produtos mais afetados, em valor, foram as ‘pastas, feltros e falsos tecidos, fios especiais, cordéis, cordas e cabos e artigos de cordoaria‘, com uma quebra de 6,3 milhões de euros (equivalente a -17%), seguidos dos ‘outros artefactos têxteis confecionados’, onde se incluem os têxteis para o lar, com uma quebra de 4,6 milhões de euros (-7%)”.
Pelo contrário, o vestuário em tecido teve um crescimento de quase 23 milhões de euros (+32%) e o vestuário em malha registou um aumento de 6,5 milhões de euros (+3%). O vestuário em tecido também aumentou em quantidade (+16%), enquanto o vestuário em malha caiu 8%.
No total, o preço médio por quilo exportado subiu 19%, tendo as matérias têxteis subido, em média, 16%, os têxteis técnicos 17% e o vestuário 14%.
Já os têxteis lar e outros artigos têxteis confecionados registaram “uma ligeira quebra (-0,1%), confirmando as dificuldades sentidas em transpor o aumento dos custos produtivos para o cliente”.
Em termos de mercados, a ATP assinala o “excelente desempenho” em França, com um crescimento de 22% em valor e de 9% em quantidade.
Por outro lado, Itália foi o destino que maior queda registou em termos de valor: menos 7,7 milhões de euros (equivalente a -19%).
As exportações portuguesas de têxteis e vestuário registaram em 2022 um valor recorde de 6.122 milhões de euros, mais 13,1% face a 2021 e 17,4% acima de 2019, mas recuaram perto de 1% em volume, sobretudo devido a uma “forte contração (-11%) vivenciada no último trimestre do ano”.