A greve dos trabalhadores de recolha de lixo em Paris, que dura há dez dias consecutivos, deixou acumulados nas ruas da cidade mais de 10 mil toneladas de resíduos não recolhidos, disse esta sexta-feira o município francês.
O gabinete da autarca da capital francesa, Anne Hidalgo, afirmou que a recolha de resíduos não tem sido feita em nenhum dos bairros parisienses pelos trabalhadores municipais grevistas, com os quais se declarou solidária.
O ministro do Interior, Gérald Darmanin, disse que a autarquia pode requisitar os trabalhadores necessários, mesmo que estejam em greve, sugestão que a autarquia recusou, apesar da pressão do governo.
A greve à recolha de lixo acontece numa altura em que a função pública francesa se encontra em greve geral, contra várias medidas que foram aprovadas na quinta-feira, dia 16 de março, nomeadamente o aumento da idade da reforma.
Para além da recolha de lixo, também os transportes estão a ser alvo de perturbações e estão montados bloqueios à saída dos postos de abastecimento de combustível.
As mobilizações sociais em protesto têm vindo a acontecer em várias cidades francesas desde 19 de janeiro.
O governo de Emmanuel Macron foi esta sexta-feira alvo da apresentação de duas moções de censura, na sequência da decisão do Presidente que adotou o artigo 49.3 da Constituição francesa, que permitiu a aprovação da reforma sem que o texto fosse votado na Assembleia.