Março de 2018. Há cinco anos que o FC Porto não ficava dois jogos seguidos sem marcar um único golo — um fenómeno raro que se verificou esta semana depois de os dragões não terem apontado qualquer golo ao Inter Milão, na Liga dos Campeões, e ao Sp. Braga, na Primeira Liga.

Evanilson, o vocalista de um verdadeiro canto do cisne (a crónica do Sp. Braga-FC Porto)

Com o empate deste domingo na Pedreira, o FC Porto ficou a 10 pontos da liderança do Benfica, naquela que é desde logo a maior distância pontual entre os dois primeiros classificados na atual temporada. A nove jornadas do fim e mesmo com um Clássico na Luz pelo meio, o tropeção dos dragões contra o Sp. Braga deixou o título praticamente entregue aos encarnados e não fechou as contas do segundo lugar.

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O FC Porto somou o sexto jogo consecutivo sem ganhar na Pedreira para todas as competições, entre quatro empates e duas derrotas, e vai na quarta época seguida sem vencer em casa do Sp. Braga. Os dragões fizeram apenas cinco remates, o pior registo no Campeonato, e Sérgio Conceição não escondeu o desagrado na zona de entrevistas rápidas — já que, mais uma vez, não foi à sala de imprensa.

“Faltou clarividência, mais maturidade competitiva em alguns momentos do jogo. Ou seja, saber que representamos o FC Porto e que nestes ambientes, jogos difíceis contra boas equipas, é preciso um bocadinho mais de cada um nesse sentido. Não é de um momento para o outro que se mudam mentalidades e que os jogadores evoluem nesse sentido. Não tem a ver com a distância percorrida pelos jogadores, a forma abnegada como estão no jogo, a forma como disputam cada duelo. É preciso algo mais, estando no FC Porto. É isso que faz parte do nosso trabalho”, explicou o treinador do FC Porto.

Mais à frente, o técnico justificou o facto de ter feito duas substituições logo na primeira parte. “O treinador está cá para mudar. Seja aos 10′, aos 15′ ou aos 90 minutos. Aquilo que foi preparado foi muito semelhante ao que fizemos em casa, quando ganhámos 4-1. Ofensivamente, tínhamos de descobrir o espaço onde ferir o Sp. Braga. Foi um jogo difícil para as duas equipas. Neste momento, para aquilo que criámos, somos muito pouco eficazes. Uma equipa grande, com as oportunidades que criámos nos últimos dois jogos, não pode ficar a zeros, não faz parte. O golo está caro”, acrescentou Conceição, abordando depois a distância para o primeiro lugar.

“Nesta casa, neste clube — e eu estou aqui há alguns anos como treinador e tive alguns como jogador –, nunca, mas nunca, se atira a toalha ao chão. Olhamos sempre os adversários de frente. Estamos longe, é verdade, mas temos nove finais para disputar e em maio fazem-se as contas. Sempre de cabeça erguida, com o máximo empenho e dedicação e espero que toda a gente assim continue. Não venham com mensagens para dentro e para fora, é para toda a gente: para quem ama o FC Porto e para quem trabalha dentro do FC Porto. Toda a gente no mesmo sentido e depois, em maio, sentamo-nos e vemos as contas, o que fizemos de bom e menos bom, e qual o planeamento para a próxima época”, terminou o treinador.