Três mecanismos e autoridades europeias do setor bancário saudaram hoje a aquisição de emergência do Credit Suisse pelo UBS, bem como as medidas da Suíça para “assegurar a estabilidade financeira“, destacando que demonstram “que o setor bancário europeu é resiliente”.

O Mecanismo Único de Supervisão (MUS) do Banco Central Europeu (BCE), o Conselho Único de Resolução (CUR) e a Autoridade Bancária Europeia (EBA) saúdam o conjunto abrangente de medidas tomadas ontem [domingo] pelas autoridades suíças a fim de assegurar a estabilidade financeira”, refere um comunicado conjunto hoje partilhado.

Segundo as três entidades, o setor bancário europeu “é resiliente, com níveis robustos de capital e liquidez“.

O MUS, o CUR e a EBA remetem para as reformas recomendadas pelo Conselho de Estabilidade Finaceira depois da grande crise financeira, nomeadamente o estabelecimento de uma ordem através da qual os acionistas e os credores devem suportar os prejuízos de um banco em dificuldades.

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O Presidente da Suíça, Alain Berset, anunciou no domingo que o grupo bancário suíço UBS vai comprar o Credit Suisse, considerando que esta é melhor forma de “restaurar a confiança“.

A transação terá um valor de 3.000 milhões de francos suíços (3,02 mil milhões de euros), que serão pagos em ações UBS, ou seja, com um valor de 0,76 francos por ação do Credit Suisse, que valia 1,86 francos suíços no encerramento do mercado na sexta-feira.

Em comunicado, o Credit Suisse adiantou que foi informado pelo supervisor financeiro suíço FINMA que este determinou que o capital ‘Additional Tier 1’ do banco, derivado de obrigações subordinadas denominadas ‘Tier 1 Capital Notes’, no valor nominal agregado de aproximadamente 16 mil milhões de francos suíços (16,18 mil milhões de euros), será reduzido para valor zero, com perdas para os detentores dessa dívida.

O banco explicou ainda que, tendo em conta as “circunstâncias únicas que afetam a economia suíça como um todo“, o Conselho Federal Suíço emitiu uma portaria de emergência (Notverordnung) sob medida para esta transação específica.

Mais importante ainda, a fusão será implementada sem a aprovação necessária dos acionistas do UBS e do Credit Suisse para aumentar a certeza do negócio”, disse, acrescentando que as partes esperam que a operação seja concluída até final de 2023.

A fusão entre estes gigantes da banca, que integram o clube dos 30 estabelecimentos bancários considerados demasiado grandes para falir, foi fechada e anunciada antes da abertura dos mercados asiáticos, tentando evitar o pânico.

No caso do Credit Suisse, que atravessou um período de dois anos difíceis e alguns escândalos, os esforços da liderança para apresentar um plano de reestruturação de três anos pouco resolveram.

O banco central suíço comprometeu-se na madrugada de quinta-feira a conceder uma ajuda de 50.000 milhões de francos suíços ao Credit Suisse, após uma quarta-feira muito negativa em bolsa, mas a recuperação alcançada foi breve e na sexta-feira o banco voltou a cair 8%.

O UBS vai beneficiar de uma garantia de 9.000 milhões de francos do Governo que serve de seguro caso sejam descobertos problemas em carteiras muito específicas do Credit Suisse, disse Keller-Sutter.

O banco central anunciou também uma linha de liquidez que vai até 100 mil milhões de francos suíços para UBS e Credit Suisse.