A ministra da Ciência, Elvira Fortunato, manifestou-se esta terça-feira confiante de que “em breve” se encontrará uma solução para as negociações entre o Governo e os investigadores e professores do ensino superior, que exigem aumentos salariais e menos precariedade.
Os docentes e investigadores do ensino superior aderiram na sexta-feira à greve da Função Pública e manifestam-se na quarta-feira em frente ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior contra a precariedade e os baixos salários, segundo anunciou na semana passada o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira.
Questionada sobre a contestação dos professores, Elvira Fortunato disse: “Estamos a trabalhar nisso. É evidente que é uma preocupação para todos, não só para os membros do Governo, mas para toda a população. Dentro em breve se chegará a uma solução“.
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Em declarações aos jornalistas em Paris, onde se encontrou com a ministra do Ensino Superior e da Ciência de França, Sylvie Retailleau, Elvira Fortunato lembrou que na quarta-feira se reúne novamente com os sindicatos.
“Temos tido reuniões regulares com todos os sindicatos, ainda agora nos pediram uma reunião e vamos reunir com eles. Estamos a trabalhar em conjunto, até definirmos com a Fenprof um calendário com uma série de propostas e estamos a trabalhar em conjunto e vamos de certeza chegar a uma solução“, concluiu Elvira Fortunato.
A ministra assegurou ainda que “não está preocupada” com o impacto da greve dos professores do ensino básico e secundário na preparação dos alunos que este ano vão aceder ao Ensino Superior.
A Fenprof apelou à presença de docentes e investigadores na quarta-feira à tarde em frente ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), onde irá decorrer uma reunião negocial, para exigir “o desbloqueio das negociações” com a ministra Elvira Fortunato.
Segundo a federação, os professores e investigadores do Ensino Superior exigem uma atualização salarial na ordem dos 10%, tendo em conta que 2009 foi “o último ano em que houve uma atualização, não muito grande” e, desde então, professores e docentes tiveram as carreiras congeladas e sofreram “cortes salariais”.
A Fenprof contesta ainda a precariedade da classe, sublinhando que quase 75% dos investigadores têm um vínculo precário.